domingo, 26 de abril de 2009

Dicas de Pesque-Pague

Lagos e tanques de pesque-e-pagues, claro, normalmente estão repletos de peixes - hoje, das espécies mais variadas, raras até, prontos para serem pescados. E, alegam os puristas, pescar em condições tão favoráveis tira muito a emoção da pescaria. Isso porque, não raro, vê-se aquele pescador de primeira viagem se dar muito bem sem, digamos, utilizar técnica alguma - só a sorte.

Na carretilha, ao contrário do molinete, o carretel é móvel e gira livremente quando é tracionado pelo peso da isca. A cabeleira ocorre no momento em que ele gira com velocidade superior a saída de linha e, principalmente, quando a linha para de sair abruptamente e o carretel continua girando. Nessas situações a linha afrouxa e desenrola sobre o carretel, e o resultado é uma sobreposição de linhas embaraçadas difícil de ser desfeita. Porém, antes de indicar os procedimentos mais conhecidos para evitar cabeleiras, vamos explorar um pouco mais os aspéctos mecânicos e recursos das carretilhas.

Escrito por Mauro Novalo
.1.
Estudo da área
Como em qualquer pescaria, primeiro você tem de saber quais as espécies que podem ser encontradas no local e, daí, partir para o peixe desejado. Cada espécie terá uma isca mais apropriada, tralha correta e horários propícios para se obter êxito na captura.

.2. O truque da ceva
Os exemplares maiores, mais desconfiados, demoram um pouco mais para chegar no tumulto. Por isso, procure cevar para atrair os pequenos e aguarde um pouco antes de lançar a isca. Quando perceber grandes rebojos, é a hora certa do arremesso.

.3. Comida pronta
Ração de peixe, cachorro e gato valem como isca. Se não tiver furo, utilize um furador para perfurar e assim facilitar sua acomodação no anzol. Normalmente passamos duas a três iscas com furo e travamos a saída, fixando uma terceira ração na ponta do anzolo. Antes de iscar: procure
deixar a ração na água uns três minutos para amolecer e ficar no ponto.

.4. Comida viva
Iscas naturais como grilo, bichos de pão e da laranja, minhoca, escargots e minhocuçus também podem ser utilizados. Mas deixe para comprar
no local. Assim, sempre os terá bem vivos e saudáveis - diferencial básico para atrair o peixe.

.5. Hora do lanche
Queijo, mortandela e pedaços de salsicha completam o arsenal de iscas. O queijo é mais indicado para os grandes redondos. A salsicha, para
matrinxãs, piaus e dourados. Para eles tenha um empate de aço, se não, a chance de ver sua linha cortada é grande. Mortadela cai no gosto dos catfishes e dos peixes de couro.

.6. Tilápia gigante
Para capturar seu grande exemplar de tilápia, procure utilizar uma massa mais doce ou bichinhos de pão. Utilize o apoiador para seu conforto e mantenha a linha sempre esticada para perceber qualquer movimento.

.7. O truque das tilapinhas
Quando há muitas tilápias pequenas roubando iscas, isque uma pequena tira de fígado e faça uma camada de massa em volta. As tilapinhas irão comer a massa, deixando o fígado para o exemplar maior.

.8. Para fisgar redondos
Grandes redondos podem ser capturados com pedaços generosos de pão francês e até nozes. Estes pesixes preferem os dias quentes do verão. No inverno, diminuem sua atividade, ficando imóveis no fundo sem comer. Mas se o lago for fundo e a espécie encontrar uma temperatura agradável, vale iscar no fundo para tentar sua captura. Frutas como goiaba, acerola, pitanga ou coquinho também entram na lista de iscas. Mas
não se esqueça de colocar um bom empate de aço para preservar a linha dos dentes fortes desses peixes.

.9. Peixe vivo para os bichos de couro
Pintados e outros grandes peixes de couro preferem pequenos peixes vivos como iscas. Mas o melhor mesmo é fazer um bolo de minhoca ou
minhocuçu e deixar lá no fundo. Mas vá com uma vara adequada para o tamanho do bicho. Fígado de boi ou coração de galinha também funcionam como isca.

.10.
Doce artimanha
Para envenenar sua isca, saiba que os grandes redondos preferem massa com cheiro forte, assim, o ideal é acrescentar queijo e retirar o ingrediente doce. Para tilápia, troque o queijo pelo açúcar. Vale acrescentar groselha ou essência de frutas como maracujá e laranja.

.11. Mão na massa
Para facilitar a vida do pescador, há uma grande variedade de marcas de massas para todos os gostos e espécies de peixes. Elas já vêm prontas para serem usadas, bastando apenas moldar no tamanho desejado. Outras vêm em potes ou embalagens plásticas, faltando adicionar água para dar liga. Acrescente apenas o suficiente para poder moldar e não aperte sobre o anzol. Apenas direcione o anzol para o meio da isca e encaixe. Se perceber que a massa está caindo no lançamento, dê mais liga - banana amassada resolve o problema.

.12. Técnica certa de inverno
Na época de frio, direcione sua pescaria para os peixes mais acostumados com essa condição, como os catfishes, carpas e tilápias. Estas espécies cessam sua atividade alimentar, apenas a reduzem em alguns períodos do dia. Mas isso não quer dizer que não seja possível capturar um pacu utilizando iscas no fundo.

.13. Tempo quente, pesca também
No verão, quando os peixes comem bem, fuja das áreas mais movimentadas do lago. O peixe não escuta, mas sente a vibração que é transmitida pela água. Falar nas margens pode, mas correria assusta o peixe, que acaba se concentrando no centro do lago. Nesse caso, se estiver utilizando uma bóia, posicione sua isca perto da superfície, junto aos rebojos. Se estiver pescando no fundo, arremesse também para esse local.

.14. Peixão na mão: e agora ?
Para tirar o seu troféu da água, faça uso de um passaguá. Se não for levar o peixe, procure manuseá-lo com cuidado e segurança no menor tempo possível. Lembre-se que quando sai um peixe grande, além da trocida habitual contra ou a favor, o dono do estabelecimento também fica de olho para ver o tratamento dispensado ao peixe.

.15. Rode o peixe
Os grandes redondos ficam mais calmos de cabeça para baixo. Para tirar a foto, procure acomodá-lo nesta posição. Mas atenção: não faça uso de pano, apenas molhe as mãos. Outro ponto importante é procurar manter o peixe sempre na horizontal para não prejudicar seus órgãos internos. Carpas têm a boca frágil, assim, procure não utilizar os alicates de contenção (com balança), que podem estourar a boca dessas espécies.

.16. Cuidado com o espinho
Tilápias podem ser retiradas da água, segurando-as firmemente na parte de baixo da boca. As grandes merecem mais atenção - cuidado com os espinhos do dorso. Um alicate de contenção resolve o problema com segurança, sem ser preciso tocar no peixe.

.17. No bambú
Somente na varinha de mão, procure posicioná-la junto da entrada ou saída de água doce do lago. Na entrada, a oxigenação é das melhores devido à movimentação. Na saída, é para onde vai parar a ração flutuante lançada no lago. Por isso, os peixes costumam se concentrar por ali. Utilizando pequenas bóias você pode posicionar sua isca na altura desejada - se for fundo, elimine a bóia. Vale lembrar que onde tem peixe pequeno, os grandões estão sempre na espreita.

.18. Bóia certa
Os pescadores de carpa cabeçuda utilizam no mínimo dois conjuntos com bóia para capturá-las. Primeiro, localizam a profundidade onde estão em atividade, que pode variar durante o dia, e depois direcionam suas iscas para lá. O conjunto precisa ser bem dimencionado, uma vez que esses peixes vão de 7 a 25 Kg. Cada pescador tem sua massa preferida, mas a base é batata cozida, amendoim moído (paçoca) e banana para dar liga. Colocar mel ou aç~ucar é um atrativo a mais.

.19. Hora boa
As melhores capturas nos pesque-pagues se dão de manhã ou no fim da tarde. A claridade e o calor forte do meio dia fazem os peixes irem um pouco mais para o fundo. Por isso, dias nublados podem render mais capturas. Alguns estabelecimentos funcionam também para pescarias noturnas onde pode-se capturar os grandes redondos e peixes de couro. Neste horário, devido ao pouco movimento, os peixes não ficam assustados
e encostam mais perto da margem. Fique atento nessa área.

.20. Vai chover ?
Excelente... Nuvens escuras e de chuva forte no ar ? Fique atento e preparado porque um pouco antes de cair o temporal, os peixes vão comer como loucos. Também logo depois da passagem da chuva é boa hora para voltar a tentar.


.21. Choveu ? O que fazer ?
Durante o período que estiver chovendo, opte pela meia-água ou fundo. Na meia-água, coloque bóias coloridas para melhorar a visualização. Devido à chuva, os peixes tendem a descer até encontrar uma zona de temperatura confortável. Raios e trovoadas, atenção, as varas atuam como para-raios - pare imediatamente a pescaria.


.22. Olho na linha
Se o local for livre de estruturas como galhadas, monofilamento de 10 a 20 lbs no molinete ou carretilha, completando com líder de 20 lbs. Um pequeno empate ajuda nos peixes com dentição. Para pacus ou peixes de couro, linha 15 lbs, com empate de aço.

.23. Plugs e spinners
Utilizando iscas artificiais, a fisgada tem de ser rápida. O peixe percebe a artimanha e larga a isca fajuta. Pequenos plugs ou spinners rendem bem.

.24. Qual é a ceva ?
Com pescaria direcionada para o fundo, utilize ração de coelho ou ração de peixe moída misturada com quirera ou milho. Para quem pesca na meia-água, use ração flutuante.

.25. Trio eficiência
Bóias cevadeiras aumentam as chances de fisgada, uma vez que permitem que a isca fique nas proximidades da ceva liberada. O conjunto - aroma, formato e movimento - faz a diferença num lago onde o peixe tem várias opções.

.26. Aperte o molinete
Ao utilizar molinete ou carretilha, procure deixar a fricção quase fechada, só abrindo caso sinta que o peixão é maior do que esperava. A
linha muito solta demora para cansar o peixe, além de permitir que ele passeie pelo lago - o que pode significar linha embaraçada com a dos
outros pescadores.

.27. Cuidado no fly
Na pesca de fly, atenção com os outros pescadores, principalmente com as crianças que aparecem do nada. Lugares afastados são mais seguros.

.28. Material básico
Não esqueça do boné e óculos escuros. A cadeira de praia dá mais conforto na pesca com isca natural.

.29. Tralha completa
Tenha sempre um alicate trava peixe e um de bico para retirar o anzol da boca do peixe. Apoiadores e sal-varas complementam sua tralha. Se quiser saber o peso, tenha na mão o alicate de contenção com balança - mas não faça uso deste para os peixes de bocas frágeis, como as carpas.

.30. A chumbada
Aqui não há mistério: chumbos oliva de vários tamanhos e os pequenos de amassar são os melhores. Anzóis de vários tamanhos, enfim, completam seu estojo de pesca.


Publicado pela Revista Pesca Esportiva (No.97)

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Como os peixes nadam em cardumes sem trombar uns nos outros?

por Yuri Vasconcelos

Eles usam a visão, a audição e um eficiente sistema chamado de linha lateral, que detecta mínimas variações de pressão na água. É ele que permite a sincronia perfeita de movimentos entre os membros do grupo. Acredita-se que pelo menos 50% das variedades conhecidas de peixes, como atum e sardinha, se agrupem em cardumes. “Essa é uma especialização surgida provavelmente co

mo meio de defesa contra predadores”, diz o biólogo Leandro Sousa, mestre em ictiologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Nadar em bando também ajuda na busca por alimentos e na reprodução. “O grupo amplia o número de parceiros disponíveis e reduz a chance de predação dos ovos”, diz o biólogo Cristiano Moreira, doutor em ictiologia pela USP. O tamanho dos cardumes varia. Eles podem contar com poucos integrantes – basta olhar os peixes num aquário – ou, como no caso dos arenques, agregar milhões de indivíduos, atingindo mais de 1 quilômetro de extensão. Leia abaixo algumas curiosidades sobre essa impressionante habilidade dos peixes. :-)


SEXTO SENTIDO
Além de contar com sentidos como a visão e a audição, os peixes possuem um auxílio extra, a linha lateral, que permite que eles nadem em sincronia em cardumes

A linha lateral consiste em um sistema de canais sob as escamas, que se estende da cabeça – onde circunda vários ossos – até a cauda do peixe, de ambos os lados.

Esses canais contam com dezenas de pequenos orifícios. À medida que o peixe nada, a água entra pelos furinhos e percorre toda sua extensão antes de sair.

Nas paredes internas dos canais, há células nervosas, chamadas de neuromastos, que captam a variação de pressão da água. Se ocorre um distúrbio do lado esquerdo da cauda, por exemplo, os neuromastos daquela área são ativados mais intensamente que os demais.

Um impulso elétrico é enviado do neuromasto por fibras nervosas até o cérebro. Ao ler os sinais de todos os neuromastos, o cérebro do peixe detecta onde tem alguém por perto e, então, manda uma ordem qualquer (virar, subir, descer etc.)

NADO LIVRE
É moleza se deslocar em cardume. Isso porque os peixes secretam um líquido viscoso que reduz o atrito da água com seu corpo. Nadando em grupo, esse efeito é potencializado e os integrantes, sobretudo os que estão no centro, se movem com menos esforço

OLHO DE PEIXE
A visão também é essencial para os peixes não se esborracharem uns nos outros. Com os olhos nas laterais do corpo, eles vêem tudo à sua volta, evitando as trombadas. A audição completa o kit antichoque, funcionando como um detector de pressão, como a linha lateral

PEIXE VIVO
Nadar em grupo também ajuda na reprodução. A chance de os ovos expelidos pelas fêmeas serem fecundados num cardume é bem maior do que se elas estivessem nadando sozinhas, já que há mais machos ao seu redor

ME LEVA QUE EU VOU
Não há relação de liderança dentro dos cardumes. Eles funcionam na base do “maria-vai-com-as-outras”: se um membro vê que a maioria tende a ir numa direção, ele vai também. Esse efeito em cadeia geralmente começa a partir das bordas, já que os peixes que estão ali têm mais contato com o meio externo

UM POR TODOS, TODOS POR UM
A defesa é uma das principais funções do cardume. Quando um grupo sofre um ataque, seus membros nadam erraticamente, cada um numa direção, confundindo o predador, que fica sem saber a quem perseguir. Além disso, quanto mais peixes, mais olhos e sentidos para detectar alguma ameaça

UMA BARBATANA LAVA A OUTRA
Além de mais expostos, os peixes que estão nas bordas cansam mais. Assim, há um revezamento de posição entre eles: quem está de fora passa para o miolo. “É um movimento aleatório, mas importante para poupar a energia dos indivíduos”, diz a zoóloga Marina Loeb, mestranda da USP

ALIMENTO À VISTA
Localizar o rango em grupo é muito mais fácil do que sozinho. Afinal, alguém duvida que centenas de pares de olhos são mais eficientes para encontrar comida do que apenas um peixinho solitário?

VAI ENCARAR?
O aspecto do cardume como um todo ainda oferece uma proteção extra. Movendo-se de forma sincronizada, ele confunde possíveis predadores, dando a impressão de que, em vez de peixinhos indefesos, trata-se de um enorme e ameaçador peixão

fonte: http://mundoestranho.abril.uol.com.br

fotos: http://www.photoguerra.com

terça-feira, 14 de abril de 2009

Picadas de cobras aumentam na época de cheias dos rios na Amazônia

"Quando a enchente é boa, há muita várzea e, conseqüentemente, no ano seguinte, muito peixe.

Na época de enchente fica prejudicada a pesca.

O mais agravante da enchente são os acidentes conforme relato na matéria abaixo não esta incluido o jacaré que e responsável por muitos ataques.

o blog.


MANAUS - O perigo de acidentes com cobras na Amazônia aumenta toda vez que o nível dos rios sobe.

No ano passado, segundo a Secretaria de Saúde do Amazonas, mais de 1.700 pessoas sofreram acidentes com cobras. Geralmente, 75% dos casos de picadas ocorrem no período das cheias dos rios. A água invade as várzeas, as florestas alagáveis e os igapós. As serpentes que vivem nesses lugares acabam migrando para próximo das casas dos ribeirinhos.

Bairros da periferia de Manaus também enfrentam o problema. “A cidade acaba crescendo de uma forma desordenada e começam a aparecer ilhas verdes dentro dos centros urbanos. Na hora que essas serpentes percebem, elas estão ilhadas, não têm para onde fugir e acabam invadindo residências”, explica o veterinário Diogo Faria, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

No caso de picada de cobras venenosas, os médicos recomendam que o local não seja cortado e nem amarrado com garrote. “O que deve ser feito é limpar bem o local com água e sabão e elevar esse membro, deixá-lo um pouquinho mais alto para que facilite o retorno do sangue e evite o inchaço no local das pernas”, orienta o médico Ricardo Faria.

Agora, a Fundação de Medicina Tropical do Amazonas realiza testes em ratos para saber se o soro antiofídico produzido em quatro laboratórios do país é eficaz também contra uma espécie de jararaca típica da Amazônia, conhecida como surucucurana, responsável por 95% dos acidentes com cobras na região.

fonte:http://portalamazonia.globo.com


Fundação de Medicina Tropical de Manaus
Centro de informações Toxicológicas de Santa Catarina
conheça mas a surucucurana



A flora bucal dos jacarés da Amazônia
Cientistas identificam bactérias e apontam tratamento de emergência para mordidas

Estima-se que existam na Amazônia cerca de 25 milhões de jacarés adultos. Esses répteis foram responsáveis por 71 acidentes com humanos registrados junto ao Ibama entre janeiro de 1990 e setembro de 2001. Embora o número seja pequeno diante do tamanho da população, as mordidas de jacaré constituem um problema para os pescadores da região -- a maior bacia hidrográfica do planeta. As vítimas podem demorar mais de um dia para chegar a centros equipados para tratar dos ferimentos. Em alguns casos as lesões infeccionam e os feridos chegam a perder o membro atingido. O problema aumenta no início do ano, época das cheias.

Coleta de saliva de jacaré para identificação da flora bucal


Além do enorme estrago -- um jacaré chega a medir 4 metros e pesar 270 quilos --, as mordidas podem transmitir inúmeras espécies de bactérias que vivem na boca do réptil e provocar uma série de doenças. Identificar esses microrganismos e encontrar um tratamento de emergência para as feridas foi o objetivo de um estudo realizado no Centro de Pesquisas Leônidas e Maria Deane, unidade da Fundação Oswaldo Cruz em Manaus.

Os pesquisadores identificaram os patógenos encontrados na flora bucal das quatro espécies de jacarés que mais atacam os pescadores: tinga, açu, pagua e coroa. Foram encontrados sete tipos de bactérias. Algumas bastante comuns, como a Pseudomonas cloacae, a Escherichia coli e a Enterobacter cloacae, encontradas também no solo, na água ou em alimentos orgânicos em decomposição. Elas podem provocar gastrenterite, infecções intestinais e de pele, além de lesões cutâneas -- inclusive gangrena.

Lesão provocada por mordida de jacaré na Amazônia

O ortopedista Fernando Abreu de Sá, do Hospital Universitário Getúlio Vargas, ligado à Universidade do Amazonas, coletou da boca dos animais treze amostras de saliva. Capturar um jacaré exige um esforço extremo: são necessários cerca de cinco homens na operação, que pode demorar mais de uma hora. As amostras foram coletadas na Reserva de Mamirauá [1], no município de Tefé (AM), região onde são comuns relatos de mordidas.

Uma equipe coordenada pelas pesquisadoras Luciete Almeida Silva e Ana Carolina Paulo Vicente analisou necropsias realizadas em feridas de pescadores e descobriu que uma das bactérias presentes nas lesões também era encontrada na flora bucal dos jacarés: a Enterobacter cloacae.

A partir daí, os cientistas tentaram encontrar um antibiótico que combatesse a maioria das bactérias. Foi realizado um teste de identificação e sensibilidade antimicrobiana, para conferir a resistência dos microrganismos encontrados a vários antibióticos analisados. Um medicamento mostrou-se capaz de combater todos os patógenos: a neomicina, pomada antibactericida que inibe a síntese de uma proteína das microrganismos.

A neomicina poderá melhorar a vida dos pescadores de Mamirauá e da Amazônia, ao amenizar a proliferação das bactérias no longo caminho até o hospital. A aplicação do medicamento é simples e pode ser feita pelo próprio ferido logo após a primeira lavagem. Além disso, a pomada tem preço acessível e é facilmente encontrada.

Denis Weisz Kuck

fonte
Ciência Hoje On-line

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Os tipos de bacalhau

O bacalhau faz parte da família dos gadídeos (Gadus), peixes típicos de mares gelados do Círculo Polar Ártico e do Pacífico Norte. Das cinco variedades existentes (Cod, Macrocephalus, Saithe, Ling e Zaibo), apenas dois - o Cod Gadus Morhua (Porto) e o Cod Gadus Macrocephalus - recebem no Brasil - por lei - a denominação de bacalhau. Os demais são considerados peixes secos e salgados. Mas todos são bacalhaus.

No Brasil, 87% do bacalhau consumido vem da Noruega. É o "Legítimo Bacalhau", pescado no Atlântico Norte. Veja na tabela abaixo os cinco tipos de bacalhau.

As cinco variedades de bacalhau

Cod Gadus Morhua, o "Legítimo Bacalhau" ou Bacalhau do Porto

Considerado o mais nobre dos bacalhaus, o Porto é fácil de identificar: é o maior, o mais largo, com postas mais altas e com cor palha uniforme. Quando cozido, desfaz-se em lascas claras e tenras.

Cod Gadus Macrocephalus ou Bacalhau do Pacífico

Vem do Pacifico Norte ou do Alasca e é muito parecido com o Porto. Sua carne, quando cozida, é fibrosa e não se desfaz em lascas. Uma maneira de diferenciá-lo do Porto é observar se seu rabo e suas barbatanas apresentam uma espécie de bordado branco nas extremidades.

Saithe

É mais escuro e tem sabor mais forte que o Cod e o Macro. O preço do quilo varia de R$ 30 a R$ 40, e sua carne é ideal para bolinhos, saladas, risotos e ensopados, pois, quando cozida, desfia facilmente.

Ling

O mais estreito dos bacalhaus. Sua carne, clara e bonita, pode ser usada tanto para postas quanto para pratos que pedem a carne desfiada.

Zarbo

O menor de todos os bacalhaus. Sua carne é escura e fibrosa quando cozida.

O Mundo do Bacalhau

Os cinco tipos de bacalhau descritos acima podem receber três classificações de qualidade: Imperial, Universal e Popular. O Imperial é a nata dos bacalhaus: bem cortado, bem escovado e bem curado. O Universal é o bacalhau que apresenta pequenos defeitos que não comprometem a qualidade. Popular é a classificação para o bacalhau que apresenta manchas e falta de pedaços arrancados pelo arpão na hora da pesca.

Por que se come bacalhau na Páscoa

Ovos de chocolate, coelhos de chocolate, caixas e mais caixas de bombons – de chocolate. Embora a guloseima feita de cacau e leite seja um dos pontos fortes das tradições culinárias da Páscoa, é o bacalhau o rei da festa. O peixe salgado e seco, de sabor marcante, saiu da mesa da família real, em 1808, e ganhou as panelas da plebe brasileira nos anos seguintes. De lá pra cá, o consumo teve altos e baixos, pois o preço da iguaria sempre esteve atrelado ao dólar. Hoje, mesmo com a moeda americana em baixa, os preços ainda são tão salgados quanto o peixe: variam de R$ 30 a R$ 100 o quilo, de acordo com a variedade (cod, ling, zarbo ou saithe) e o pedaço (lombo, lascas, rabo ou pontas).

Mas como um prato típico do mar frio da Noruega e da Islândia veio aportar no Brasil? A história do gadus morhua, nome científico do bacalhau, remonta o tempo dos vikings. O peixe abundava nos mares onde os filhos de Thor navegavam lá pelo século 9. Para preservar o alimento durante as longas viagens, eles secavam o peixe ao ar livre até que ele perdesse um quinto do seu peso, endurecesse e pudesse ser comido aos pedaços durante as viagens. Mas foram os bascos, na Espanha, que tiveram a idéia de salgar o pescado para preservar o alimento por mais tempo e facilitar o comércio. A partir de então, o bacalhau ganhou a aparência e o sabor marcante que conhecemos hoje. Mas imagine a revolução na alimentação que a cura e a salga do peixe não provocaram naquela época. Como ainda não havia geladeira, os alimentos estragavam facilmente, e o bacalhau curado e salgado durava meses.

Claro que tamanha revolução acabou em guerra. No século 16, França, Portugal, Inglaterra e Alemanha lutaram pelo controle da pesca do bacalhau no mar da Islândia. E ao longo dos séculos seguintes, vários tratados internacionais foram assinados para regular os direitos de pesca e comercialização do peixe. Mas e o Brasil, onde entra nisso? Como todos sabem, o Brasil foi descoberto e colonizado por portugueses, que eram grandes consumidores do pescado na época. Eles usavam o bacalhau como alimentação principal nos navios durante a época dos descobrimentos. Para evitar uma possível falta do produto, os portugueses até tentaram o mesmo processo de salga do bacalhau com outros peixes, mas não deu lá muito certo. Ora o sabor se perdia, ora o peixe curado não durava tanto. O que dava vantagem ao bacalhau é que por ter um baixo teor de gordura, o bacalhau tem seus nutrientes e sabor preservados durante o processo de cura, salga e secagem. Essa característica transformou o bacalhau em hábito alimentar dos portugueses, que até encontraram uma variedade do peixe no Pacífico Norte, lá pelos lados do Alaska (o Cod Gadus Macrocephalus) para suprir a falta do bacalhau norueguês. Até hoje, o peixe é uma das tradições principais.

O bacalhau aportou no Brasil junto com os primeiros portugueses, mas só com a vinda da família real para cá, em 1808, é que ele foi incorporado aos hábitos alimentares brasileiros. De 1808 até a Segunda Guerra, o bacalhau era um produto relativamente barato (mesmo sendo importado da Noruega) e fazia parte até da dieta da população de menor poder aquisitivo. Pratos à base do peixe eram consumidos à farta nas sextas-feiras, nos dias santos e nas festas familiares. Mas com a Segunda Guerra veio a escassez de comida na Europa, e o preço do bacalhau foi às alturas, restringindo o consumo popular. O peixe virou artigo de luxo, e passou a freqüentar as mesas brasileiras somente no Natal e na Páscoa, as principais festas cristãs.

Aliás, a religião é o motivo pelo qual o bacalhau se transformou em tradição na Páscoa. Durante a Idade Média, a Igreja Católica obrigava seus fiéis a jejuar e a excluir de suas dietas carnes consideradas quentes. O número de dias de abstinência era grande e não ficava restrito somente à Quaresma, o período de 46 dias entre a Quarta-feira de Cinzas e o Domingo de Páscoa. O consumo do bacalhau, uma carne fria, era incentivado nesses dias de abstinência. Os portugueses, católicos e amantes do bacalhau, eram os maiores consumidores. O hábito do bacalhau nos dias de jejum veio para o Brasil com os portugueses. Ao longo dos anos, porém, o rigor do calendário de jejum católico se perdeu, mas nas datas mais expressivas da religião – Natal (Nascimento de Cristo) e Páscoa (Ressurreição de Cristo) - o hábito de comer bacalhau ainda persiste.

O cardápio da Páscoa, porém, mantém outras tradições. Bacalhau na Sexta-Santa, cordeiro e ovos de chocolate no Domingo de Páscoa. E para que você aproveite um pouco dessa tradição, este artigo termina com duas receitas típicas portuguesas para o bacalhau: Bolinho de bacalhau e Bacalhau na brasa com batatas coradas.

fonte: http://lazer.hsw.uol.com.br

Leia também matéria ja postada no Blog.

Pesca do Bacalhau. O período de dominação dos Filipes (1580-1640) levou quase à extinção da pesca do bacalhau





sábado, 4 de abril de 2009

Operação no AM apreende onça e 1.860 quilos de peixes pescados ilegalmente


Um macaco guariba também foi libertado.
Ação aconteceu em região de reservas de exploração sustentável.

Do Globo Amazônia, em São Paulo

Operação do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) realizada na última semana de março apreendeu 1.863 quilos de pescado ilegal e aplicou R$ 64,7 mil em multas. O objetivo da ação era coibir a pesca no chamado período de defeso, quando os peixes estão em época de reprodução. Segundo o Ipaam, os agentes encontraram ainda 4 quilos de carne de capivara, um macaco guariba, uma onça pintada mantida em cativeiro, nove quelônios e um barco de pesca.

Foto: Divulgação/Ipaam

A onça estava sendo mantida em cativeiro e foi apreendida pelos fiscais. (Foto: Divulgação/Ipaam)


A fiscalização, informa o Ipaam, aconteceu no Corredor Ecológico Central da Amazônia, que inclui a Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá e a Reserva Extrativista (Resex) Catuá-Ipixuna, a oeste de Manaus, seguindo pelo Rio Solimões.

Foram apreendidos 1,3 tonelada de matrinxã, 409 quilos de pirarucu, 213 quilos de tambaqui e 33,5 kg de espécies variadas de pescado de menor valor.

Foto: Divulgação/Ipaam

Durante o período de reprodução, o matrinxã não pode ser pescado. (Foto: Divulgação/Ipaam)


Mai

or hotel da Amazônia é multado pelo Ipaam

Ipaan alega que

hotel Ariaú cometeu diversos crimes ambientais; empreendimento se defende e diz cuidar da natureza

Por: Lielson Tiozzo Fot o/Ilustração: Divulgação Ariaú Towers Publicado em: 03/2009

O hotel Ariaú Amazon Towers, considerado o maior e pioneiro em turismo ecológico na Amazônia, foi multado em R$ 88.905, nessa sexta-feira, 20, pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam). O Ipaam alega que o estabelecimento cometeu crimes ambientais, como queima de resíduos sólidos, vazamento de combustível e poluição das águas do rio Ariaú com vários tipos de lixo.

Segundo a assessoria do hotel, a multa foi aplicada “por uma questão de enquadramento a leis estabelecidas pelo Ipaam, e não por uma questão física”. O hotel garante cuidar da natureza e que entre 45 a 60 dias pelo menos 70% das solicitações feitas pelo instituto serão atendidas.

O Ariaú também é acusado de descumprir o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Por isso está com seu licenciamento cancelado desde 2005. O hotel não implantou fossas sépticas e tratamento de esgoto adequado às normas ambientais, de acordo com o Ipaam.

No entanto, o hotel se defende e diz que a construção de fossas sépticas no local é inviável. O período de estiagem é de apenas três meses na Amazônia. Nos meses seguintes as cheias impedem qualquer instalação feita diretamente no solo.

O proprietário do Ariaú, Francisco Rita Bernardino, não assinou os autos de infração até a última sexta-feira. O departamento jurídico do hotel ainda não decidiu se irá recorrer no prazo de 20 dias, ou se irá pagar a multa.

O hotel

Inaugurado em 1986, o hotel de selva Ariaú Amazon Towers fica no município de Iranduba (60 km de Manaus). O empreendimento está localizado dentro de uma unidade de conservação estadual, a 6 km de distância do Parque Nacional de Anavilhanas.