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terça-feira, 7 de julho de 2009
COMO FAZER A SOLTURA DE PEIXES
PORQUE SOLTAR OS PEIXES Os mananciais para a pesca são finitos e atualmente sofrem uma pressão cada vez maior. Diminuíram os números de várias espécies importantes aos pescadores; como conseqüência, foram estabelecidas normas para a pesca - normas que abrangem desde o tamanho dos viveiros, peso e medida dos peixes, temporadas para o defeso até , como em alguns casos, a proteção total às espécies. Como resultado, os pescadores pescam peixes que, por exigência da lei, devem ser imediatamente devolvidos à água. Outrossim, já se tornou comum soltar alguns peixes que, mesmo com permissão legal, poderiam ser sacrificados. A filosofia da pesca esportiva vem mudando a ênfase da captura e morte do peixe para a colocação do tag (placa de identificação) e soltura. Os benefícios da soltura de peixes vivos são amplamente reconhecidos. Os peixes que são soltos podem sobreviver para serem capturados mais tarde, quando estiverem maiores. Eles também continuam a procriar, melhorando a população da espécie a longo prazo. Vários estudos sobre pesca em água doce mostram que a maioria dos peixes sobrevive depois do pesque e solte (catch & release). O número mais modesto de trabalhos sobre as espécies marinhas também mostra que existe um elevado índice de sobrevivência para peixes de água salgada. Mais de 75 por cento de pequenos snappers pegos durante os torneios de pesca organizados pelo NSW FISHERIES/Austrália sobreviveram a longo prazo, depois do pesque & solte. A alta incidência de recapturas entre os peixes esportivos marinhos com placas de identificação (tag) é outra indicação dos excelentes índices de sobrevivência entre os peixes que foram soltos.
SOBREVIVÊNCIA APÓS O FERIMENTO DO ANZOL
O local e a severidade do ferimento causado pelo anzol obviamente exercem uma importante influência no que se refere à sobrevivência do peixe. Os peixes fisgados pelas guelras ou pelas entranhas têm menores chances de sobreviver do que aqueles fisgados mais superficialmente. Entretanto, mesmo os peixes fisgados mais fundo poderão sobreviver se a linha for cortada e o anzol deixado no lugar. Já foi demonstrado que a remoção do anzol reduz dramaticamente as possibilidades de sobrevivência dos peixes. O tipo de equipamento usado pelo pescador pode influenciar na sobrevida do peixe. Muitos estudos mostram que os peixes pegos com iscas artificiais ou moscas artificiais são feridos mais superficialmente no queixo ou na boca e têm maior probabilidade de sobreviver do que os peixes fisgados com iscas naturais.
SOBREVIVÊNCIA AO PESQUE E SOLTE (CATCH & RELEASE)
Os peixes ficam estressados como resultado da captura e manipulação. Esse stress afeta a química do seu sangue. E causa um aumento da produção de hormônios relacionados ao stress - um aumento de ácido láctico e uma mudança nas concentrações de hemoglobina, glicose e sais. O resultado pode ser a morte, na hora ou mais tarde. A quantidade de stress que um peixe pode tolerar é influenciada por sua condição e pelo ambiente. Por exemplo, alguns peixes de água doce têm menos possibilidades de sobreviver se pescados em água quente do que em água fria. Como o stress leva tempo para ocorrer e em sendo seus efeitos cumulativos, ele pode ser reduzido se o pescador pegar e soltar o peixe rapidamente, manipulando-o o mínimo possível. Se um equipamento pesado for utilizado pelo pescador , os peixes não ficarão cansados antes de serem embarcados e soltos. Um efeitos mais danosos do stress é a redução da resistência do peixe às doenças infecciosas. Infeções por fungos ou bactérias são certamente causas de muitas mortes depois das solturas. A manipulação rude ou violenta aumentará o dano ao peixe e criará uma chance maior de infeção. Como a pele do peixe é fácil de se machucar, deve ser evitada a todo custo a manipulação que cause ou estimule uma perda de escamas ou que prejudique as células produtoras de muco .
PEIXES DE ÁGUAS PROFUNDAS
Os peixes pegos em águas profundas sofrem dos mesmos problemas do que aqueles que nadam na superfície. Assim que um peixe é trazido para a superfície da água, os gases dentro dele ficam sujeitos a uma pressão menor e consequentemente se expandem. Isto causa um sério sangramento e produz a formação de grandes bolhas de gás no coração, veias, guelras e cérebro. Diferentemente de peixes de superfície, alguns peixes têm o problema adicional da expansão do gás na bexiga natatória. A bexiga natatória é uma bolsa cheia de gás, que permite aos peixes manterem neutro o seu poder de boiar em diferentes níveis da água . Muitos peixes não possuem forma de expelir o gás para fora da bexiga e podem somente remover o excesso de gás através da sua difusão no sangue. Este lento processo de difusão do gás restringe a velocidade pela qual o peixe pode realizar o movimento da água profunda para a de superfície. Assim que o peixe é trazido à superfície pelo pescador, o gás, em rápida expansão na bexiga natatória, comprime os seus órgãos internos e às vezes força as suas entranhas em direção à boca. Ainda que menos prejudicial ao peixe do que os outros efeitos da despressurização, essa super-expansão da bexiga pode geralmente impedir que o peixe retorne às águas profundas, onde os gases podem retornar aos seus volume e solubilidade originais. Esse peixe certamente vai perecer se for deixado boiando na superfície da água, incapaz de submergir. A remoção do excesso de gás das bexigas natatórias dos peixes originários de águas profundas pode enormemente aumentar as suas chances de sobrevivência. Isto pode ser feito alfinetando-se a bexiga natatória através do corpo do peixe com uma agulha hipodérmica ou com uma ponta afiada. Esta é uma forma muito eficiente de garantir a sobrevivência da espécie, e geralmente usada quando os peixes estão sendo coletados para programas de reprodução e para destinação a aquários. A bexiga natatória e o peritônio podem resistir à pressão do gás em expansão por apenas um curto período de tempo. Por este motivo, o gás em excesso deve ser removido tão rapidamente quanto possível de modo a impedir a ruptura da bexiga. O tecido que se expande para fora da boca de um peixe inchado é geralmente proveniente do estômago que foi deslocado pelo gás expandido dentro bexiga natatória. A perfuração desse tecido não solta os gases da bexiga natatória e nem ajuda o peixe a retornar a sua profundidade original.
AUMENTO DOS ÍNDICES DE SOBREVIVÊNCIA DOS PEIXES SOLTOS
Pescadores bem sucedidos vêm desenvolvendo habilidades refinadas que os fazem fisgar diferentes tipos de peixes. Da mesma forma, eles podem desenvolver habilidades para soltar, com sucesso, os peixes ainda vivos. As orientações a seguir poderão ajudar nessa aprendizagem. Luta com o Peixe - Traga o peixe para fora tão rapidamente quanto possível, mas tenha a certeza de que esse peixe não esteja num estado ainda muito vigoroso que vá fazê-lo se machucar (ou machucar você) durante a luta ou a soltura. - Um peixe cansado em decorrência de uma longa briga a partir de equipamento leve pode sofrer um maior stress do que um peixe pego através de equipamento pesado, e pode ter menores chances de sobrevivência. Retirada do Anzol e Manipulação - Amasse as farpas dos anzóis ou use anzóis simples ao invés de garatéias em iscas artificiais - isso fará com que a retirada do anzol seja muito mais fácil. (Anzóis sem farpas são certamente muito mais fáceis de tirar de pescadores fisgados !) - Quando possível, evite tirar o peixe fora da água , e retire o anzol e solte-o rapidamente. - Um alicate desentranhador de anzol pode ser útil para retirar anzóis da garganta, mas não tente retirar um anzol das entranhas ou guelras - corte a linha. Os poucos centavos que se gasta para comprar um anzol valem muito menos do que matar um peixe. - Se o peixe tiver que ser embarcado e não houver perigo de ferimentos, é melhor levantá-lo com a mão molhada. A mão embaixo e transversal ao corpo de muitos peixes permite que eles sejam levantados sem nenhum perigo. Peixes sem dentes (como o bass Australiano) podem ser levantados segurando-se o queixo inferior, mas somente quando o pescador colocar o peixe verticalmente. Se segurá-lo horizontalmente, poderá machucar a boca e o pescoço. - Se o peixe tiver que ser pego numa rede do tipo passaguá , uma rede feita de material leve sem nós vai causar menos ferimento do que as redes tecidas de propileno, que causam danos consideráveis à pele, podendo cegar o peixe por criarem cicatrizes nos seus olhos. - Se o peixe for colocado no chão para medida ou fotografia ou ainda a própria retirada do anzol , prefira uma superfície macia, molhada ao invés de superfície grossa e seca, que pode causar danos à pela do peixe. O ato de cobrir os olhos de um peixe pode acalmá-lo rapidamente. - Se o pescador for levar somente alguns peixes para casa , deverá selecionar aqueles que estiverem sangrando nas guelras ou que foram fisgados pelas entranhas ; deve-se soltar aqueles que foram fisgados mais suavemente e que, por isso mesmo, têm maiores chances de sobrevivência. Soltura - Os peixes podem ser seguros horizontalmente dentro da água e movidos para frente e para trás por um pequeno período de tempo de modo a fazê--los ganhar o devido equilíbrio antes da soltura. - Evite soltar o peixe nas margens rasas e quentes dos lagos e estuários se águas mais fundas e frescas forem acessíveis. - Os peixes provenientes águas profundas têm mais chances de sobreviver se forem rapidamente devolvidos à água. Esvaziamento a Bexiga Natatória - Deve-se rapidamente retirar o gás da bexiga natatória dos peixes inchados, provenientes de águas profundas. - O tamanho da bexiga natatória varia entre as espécies, mas ela geralmente está localizada ao longo do topo da cavidade da entranha, logo abaixo do espinhaço. Ela geralmente se coloca em paralelo com a parte mais alta da base da nadadeira peitoral e logo à frente da metade do corpo do peixe. - A bexiga natatória é melhor esvaziada enfiando-se uma agulha hipodérmica bem longa(disponível em as farmácias ou veterinárias) ou algo pontiagudo (por exemplo, uma faca de filetar ou agulha de isca artificial) enfiado entre as escamas, daí para baixo pelo lado do peixe e para dentro da bexiga natatória. - Se o pescador não acertar a bexiga na primeira vez, deve tentar o procedimento de novo mesmo porque o ferimento causado pelo pequeno furo se cicatriza rapidamente. - Às vezes o pescador vai precisar expelir o gás da bexiga natatória apertando gentilmente o estômago do peixe. Assim que a bexiga for esvaziada, retire o objeto pontiagudo e enfie imediatamente o peixe, de cabeça, na água.
REDUÇÃO DO IMPACTO NOS ESTOQUES DE PEIXES
Lamentavelmente, mesmo quando os peixes são soltos com muito cuidado e habilidade, ainda existe risco de sacrificá-los. Dessa forma, é sempre melhor pescar a quantidade certa de peixes, conforme um planejamento prévio. O pescador pode à vezes evitar fisgar peixes abaixo da medida e para tal deve mudar de ponto ou aumentar o tamanho do anzol. A mudança de equipamento, iscas ou locais pode também permitir que o pescador pesque diferente espécies quando o seu viveiro estiver cheio de peixes de uma só espécie. Lembre-se : pesque por prazer - pesque para o futuro.
fonte: http://www.malima.com.br
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