Em 1930 o Dr Wallace Carothers produziu a primeira fibra sintética, e em 1935 descobriu a fibra de náilon 66, que posteriormente foi patenteada pela empresa norte-americana Du Pont. A palavra naylon – aqui aportuguesada para náilon – tem origem controversa, porém uma das versões que tenta explicá-la diz que surgiu na Segunda Guerra Mundial, época em que os pára-quedas eram feitos de seda natural. Segundo os anais, os japoneses – então os maiores produtores dessa matéria-prima – proibiram o comércio desse insumo, obrigando os americanos a usar a nova fibra sintética que acabara de ser descoberta. Assim, a origem do nome seria “Now You Look Old Nippon”, cuja sigla – Nylon – aproveita as letras iniciais de cada palavra da frase, e significa “agora você parece um velho japonês”
Esse nome é empregado, freqüentemente, para generalizar as linhas de pesca. Como sua utilização implicaria no pagamento dos royalties à Du Pont, os fabricantes tiveram que procurar uma outra nomenclatura para substituí-las, e por isso adotaram o termo técnico “Poliamida 6”.
Atualmente esse material é utilizado em larga escala, dando origem a diversos tipos de produtos industrializados. No universo da pesca desportiva, é a matéria-prima básica para a confecção de fios monofilamento, vulgarmente conhecidos como linhas de pesca.
Monofilamento ou multifilamento
Define-se como “monofilamento”as linhas compostas por um único fio. Os “multifilamentos”, por sua vez, são agrupamentos múltiplos.
Como limpar e proteger a sua linha.
Quando se pesca em água doce (rios, lagos e represas) onde haja barro, areia ou outro tipo de sujeira abrasiva, a melhor forma de limpar a linha é desenrolando a quantidade que foi utilizada durante o dia, e colocá-la no carretel, prendendo-a entre um pano umedecido em água potável.
Em água salgada(praia, canais, costeira, entre outras) o sal e areia são elementos altamente nocivos, para limpeza, proceda da mesma forma indicada para água doce. Quando for voltar a linha para o carretel, use um pano com um pouco de graxa de silicone, igual ao utilizado para limpeza, lubrificação e aumento de durabilidade de linhas de fly.
Enrolar corretamente a linha.
Tanto para spins quanto para molinetes. O processo é o mesmo. Direcione a ponta da vara – já com o molinete montado – para o carretel de linha.
Com a bobina do molinete girando da esquerda para a direita, a linha do carretel deverá desenrolar no mesmo sentido. Se, durante esse processo, formarem-se alças torcidas, é sinal que a posição está invertida, então basta reposicionar o carretel para eliminar o problema.
Nas carretilhas a linha entra longitudinalmente, portanto a melhor maneira de colocá-la é direcionando a ponta da vara – já com a carretilha montada – para o carretel o qual deverá desenrolar o fio por cima. Evita-se a torção passando uma caneta ou uma haste qualquer pelo furo do carretel, para que o mesmo possa girar enquanto desenrolar a linha.
Linhas de arranque.
O arranque é um fio de maior diâmetro ou resistência do que a que está no molinete ou carretilha. Apesar de não ser uma regra, usualmente deverá ter comprimento duas vezes superior ao tamanho da vara (vara com 1,80 metro, arranque com 3,60 metros) e bitola com o dobro da linha principal. No entanto, pode ser mais curto ou comprido, mais fino ou mais grosso, conforme as necessidades do pescador.
A linha de arranque ou líder é muito utilizada pelos praticantes da pesca de praia, pois auxilia tanto na hora de fazer o arremesso – evitando quebrar a mais fina – como na hora de tirar o peixe da água.
Na pesca embarcada este recurso também é muito útil, pois dá maior segurança quando o peixe corre para estruturas tais como paus, pedras, etc, e na hora do embarque, em circunstâncias onde a linha passe por baixo do barco raspando no casco ou no motor.
A emenda de linhas “poliamida 6” pode ser feita através de soldagem química, ou de nós. No caso das linhas fluorcarbono, deve-se colocar um pequeno líder com cerca de 30 centímetros para evitar a abrasão provocada pelo serrilhamento da boca do peixe.
Caso queira utilizar líder de fluorcarbono com duas vezes o comprimento da vara, haverá o inconveniente provocado pelo atrito do nó com os passadores, pois esse material não pode ser soldado quimicamente.
Vantagens da linha fina.
Como é muito difícil encontrar enrosco na praia e a maioria dos peixes não são grandes, com linha fina aumenta-se a esportividade e evidencia-se a técnica do pescador. Além do mais, em função de criar menor resistência nas correntes provocadas pelas marés, a diminuição de bitola também favorece a utilização de chumbos mais leves, sem comprometer a permanência das iscas no lugar escolhido. Na pesca de praia, considera-se linha fina aquela cuja bitola varia entre 0,20 e 0,25 milímetros ( 5 a 9 libras de teste).
Quando usar linhas grossas.
Na pesca embarcada de rio ou mar, onde haja estruturas como paus, pedras, parcéis ou outros obstáculos, linhas com diâmetro entre 0,70 e 1 milímetro ( na faixa de 50 a 95 libras) são as mais indicadas, pois mesmo quando raspam, ainda haverá margem de resistência para trabalhar e retirar o peixe.
Como regular a fricção.
Para evitar forçar o equipamento, bem como romper a linha durante a primeira arrancada do peixe, deve-se regular a fricção adequadamente. A regra é a seguinte: quando se utiliza fio com 100 libras de resistência e o conjunto vara e carretilha tiverem a mesma especificação, regular a fricção em 1:4 do menor valor. Isto se consegue dividindo 100 por 4. Assim feito, o produto da divisão que é 25, representa a capacidade em libras de resistência.
Se a linha for para 100 libras e o conjunto para 60, divide-se 60 por 4, e o produto da divisão que é 15, expressará a capacidade em libras de resistência do conjunto. Usando este método, evita-se a quebra da vara, poupa-se a carretilha ou molinete e o mais importe: não se perde o peixe.
Para não comprometer a resistência, quando for colocar uma carga de linha nova em sua carretilha o molinete, é importante que a mesma não tenha emendas. Na hora de comprar, escolha as que possuem quantidade suficiente para encher o carretel. Se a capacidade de armazenamento da carretilha for para 200 metros de linha 0,40, não será difícil encontrar opções, no entanto, se for necessário dispor de quantidade superior, restam poucas alternativas, e por isso o melhor é adquirir carretéis com 600 ou 1000 metros, ou os que são interligados.
Elasticidade.
É a elasticidade que exprime a dureza ou maciez da linha. Esta característica é determinada durante o processo de fabricação. Uma linha de qualquer diâmetro, com 25% de elasticidade e um metro de comprimento, só deverá se romper quando submetida a um teste de tração – após atingir o tamanho de 1,25 metro.
Para carretilhas, cujo carretel gira durante o processo de arremesso, linhas com 15 a 20% de elasticidade – classificadas como duras – são as mais indicadas. Em molinetes, o carretel é fixo e alinha sai em forma de espiral, portanto linhas mais macias – com 20 a 30% de elasticidade – produzem em efeito melhor, facilitando os arremessos.
A menos elástica dá maior sensibilidade ao toque do peixe, melhora a performance de iscas de superfície e minhocas artificiais, e, quando se promove a fisgada, o anzol penetra com mais facilidade. Em contra partida, possuem mais memória e menor resistência a nós.
Nas mais elásticas essas características se invertem. Contudo, esses parâmetros não vêm grafados na embalagem, e por isso é necessário fazer alguns testes práticos, antes de decidir a que melhor atende aos propósitos.
Resistência à abrasão
Apesar de parecerem iguais as linhas de náilon possuem grandes diferentes, tanto na quantidade de matéria prima. As que se destacam por apresentar preço mais em conta são feitas apenas com polímeros, o que as torna mais frágeis à abrasão. As mais resistentes são confeccionadas com copolímeros (duas ou mais matérias primas), o que conseqüentemente, resulta em melhor qualidade e as torna mais caras. Os modelos de fluorcarbono, feitos com poliamida6 e teflon, são as mais resistentes à abrasão.
Cor da linha.
Os adeptos das iscas artificiais preferem linhas fluorescentes e coloridas, normalmente em tons amarelo e verde, pois facilitam a visualização. Em contrapartida, esses modelos são contra-indicados quando se trata de pesca de fundo, pois suas cores podem atrair predadores indesejáveis, tais como piranha em água doce e o baiacu em água salgada. Para empatar anzóis, o melhor é utilizar as que possuem cores neutras ou no máximo fumê. Testes práticos comprovam que nesses tons a linha fica praticamente invisível na água.
Armazenamentos de linhas.
Quando se estoca linhas, o ideal para prolongar sua vida útil é protegê-las em lugares onde não fiquem expostas à luz e ao calor, mas de toda forma, convém fazer alguns testes antes de usar as que ficaram armazenadas durante muito tempo. Um bom método para se certificar se ainda estão boas para uso, é pegar um carretel novo e um velho de linhas do mesmo diâmetro, dar um nó cego em cada, e puxar até que arrebentem. Se a diferença de resistência do rolo de fio velho for muito inferior, inutilize-o completamente.
Nacionais ou importadas.
Linhas importadas são de boa qualidade, mas tem custo alto. Por este motivo é comum o pescador utilizá-las por períodos excessivos, mesmo a despeito da perda de resistência. Na verdade, existe um grande contingente de usuários que só troca no dia em que se rompem durante a briga com o peixe. As nacionais – como as fabricadas pela Mazaferro – têm excelente qualidade, preço mais atraente, e atingiram tamanho nível de desenvolvimento tecnológico, que são exportadas para outros países. No entanto tanto importadas quanto nacionais, ao apresentarem sinais de desgaste como fissuras ou cor opaca, devem ser trocadas em sua totalidade.
fonte jcornolo.br