segunda-feira, 30 de maio de 2011

Nova ação para evitar captura de aves em extinção será testada


Uma nova estratégia para evitar a captura por linhas de pesca de aves marinhas ameaçadas de extinção, especialmente albatrozes, será testada entre os dias 27 e 30 de maio. Agora, pesquisadores do Projeto Albatroz e do Albatross Task Force (ATF) experimentarão o uso de um aparelho chamado hook pod, que envolve e esconde o anzol, impedindo que a ave seja “fisgada” e, conseqüentemente, morra afogada ao ficar presa ao anzol na tentativa de comer a isca. Os testes serão realizados com cinquenta modelos do dispositivo em um barco de pesca que parte de Itajaí (SC) nesta sexta, dia 27.

O aparelho foi desenvolvido por pesquisadores do BirdLife’s Global Seabird Programme, que realiza ações de conservação em aproximadamente cem países e do qual faz parte o Programa Albatross Task Force (ATF), parceiro do Projeto Albatroz. O dispositivo “encapsula” o anzol até dez metros de profundidade. Como é sensível à pressão verificada nesse nível, o aparelho desarma e libera o anzol com a isca. Ele também embute um peso que deve ser preso à linha de pesca para que ela afunde. De acordo com Tatiana Neves, coordenadora do Projeto Albatroz, os testes com o aparelho consistirão em experimentar o seu uso junto aos pescadores, medindo aspectos como o desempenho em sua utilização durante a atividade de pesca.

Os albatrozes são aves marinhas ameaçadas de extinção. O declínio de sua população é causado pela captura incidental pelo espinhel pelágico, uma técnica de pesca industrial executada em alto-mar. Pesquisas do Projeto Albatroz apontam que noventa aves são capturadas a cada cem mil anzóis. O Plano de Ação Nacional para a Conservação de Albatrozes e Petréis (Planacap), lançado em 2006 pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), estabelece essa captura a níveis mínimos, iguais ou inferiores a 0,001 ave capturada por mil anzóis (ou uma ave capturada a cada um milhão de anzóis lançados na água).

Duas medidas de mitigação para reduzir a captura das aves já estão em vigor no Brasil. Em abril, foi publicada uma Instrução Normativa Interministerial (INI n° 04/11), assinada pelos Ministérios do Meio Ambiente e da Pesca e Aqüicultura, determinando que os barcos de pesca que utilizam espinhel pelágico devem adotar o toriline – equipamento formado, entre outros elementos, por fitas coloridas que afugentam as aves – e colocar o peso que afunda as linhas mais próximo dos anzóis, ação que aumenta a sua velocidade da submersão. A instrução normativa vale para os barcos que operam em águas sob jurisdição brasileira ao sul de 20º de latitude (ou aproximadamente a partir do sul da cidade de Vitória). Sua elaboração foi subsidiada por pesquisas realizadas pelo Projeto Albatroz em 2010.

Medidas que reduzam a captura dessas aves pelos barcos que utilizam espinhel pelágico são recomendadas pela Comissão para Conservação do Atum do Atlântico (cuja sigla em inglês é ICCAT), órgão que determina, por exemplo, qual a cota de peixes que cada país membro, entre eles o Brasil, pode pescar sem comprometer os estoques pesqueiros. 

fonte: www.comciencia.br
Por Carolina Ramos

domingo, 29 de maio de 2011

Filipinas: 800 t de peixes mortos são encontradas em lago

Mais de 800 toneladas de peixes morreram e foram encontradas em estado de putrefação em uma fazenda perto de Manila, capital das Filipinas, segundo autoridades do país, que culpam a queda brusca de temperatura pelo ocorrido. Um representante do governo, Rose del Mundo, disse neste domingo que a mortandade começou na semana passada no Lago Taal, na província de Batangas, mas que havia diminuído.
Governo culpa queda brusca de temperatura pelo ocorrido
Del Mundo diz que uma investigação inicial mostrou que as mortes tenham sido causadas pela mudança de temperatura, especialmente por ser esta uma estação chuvosa, iniciada depois de um verão escaldante, que havia esgotado os níveis de oxigênio no lago.
Funcionários dizem que a venda do peixe foi proibida. Eles estão sendo coletados com a ajuda de caminhões e serão enterrados.
fonte:
agência AP
noticias.terra

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Na terra do peixe que ronca

Conheça a forma bastante curiosa de fisgar os curimbatás, em Pirassununga, no interior de São Paulo
 
Por: Maicon Bianchi
Foto/Ilustração: Maicon Bianchi

A terra do peixe que ronca – como Pirassununga é conhecida em tupi guarani – é uma cidade situada no estado de São Paulo ao lado da rodovia Anhanguera, às margens do rio Mogi Guaçu. Seu principal ponto turístico é o distrito de Cachoeira das Emas, onde fica a barragem construída pela Cesp para geração de energia.

Mas foi por causa da piracema que a cidade se tornou mundialmente conhecida. Todos os anos, entre os quentes meses de novembro e fevereiro, milhares de peixes migram rio acima para se reproduzir em seu local de origem. As fantásticas cenas dos peixes lutando contra os obstáculos edificados pelo homem atraem uma multidão de turistas durante esse período.

Como não conhecíamos a estrutura pesqueira do local, procuramos imediatamente os pescadores e comerciantes de Cachoeira das Emas. Também conversamos com um sargento da policia florestal, que fiscalizava os pescadores da região sobre como obter mais informações.

Fomos então informados de que os curimbatás e as piaparas eram os peixes da vez, apesar das baixas temperaturas, e que a melhor forma de fisgá-los seria com iscas artificiais. Isso mesmo, iscas artificiais!

Parece estranho, mas é verdade
Foto/Ilustração: Maicon Bianchi

As iscas artificiais não se restringem apenas a plugs e garatéias, conforme imaginamos em princípio. A criatividade dos pescadores para fisgar com eficácia se materializa em anzóis “adornados” com muito material de confecção de bijuteria, como lantejoulas e canutilhos – além da inusitada fita veda rosca. Acompanhe o processo de fabricação artesanal.

Materiais para chicotilho

- Três anzóis maruseigo n°18 (Marine Sport), quantidade máxima permitida na região para cada chicote, Linha monofilamento ou fluocarbon de 0,50mm, Fita veda rosca, Lantejoula prata e vermelha (pequenas para entrar com pressão no anzol), Canutilhos e lantejoulas amarelas, brancas e vermelha, Girador, Stop (borracha que não deixa a chumbada bater no girador) e Chumbo oliva redondo (peso depende da correnteza)

Como fazer

Os anzóis maruseigo têm a ponta virada para dentro. Abra com um alicate até que a ponta fique reta. Passe o veda rosca nas “pernas" dos anzóis com 8 a 10 voltas (foto2). Coloque três a quatro lantejoulas em cada anzol, cores sortidas. Após os três primeiros passos, o anzol estará completo para receber a linha.
Foto/Ilustração: Maicon Bianchi

A partir daí corte um pedaço de linha (0,50mm) de mais ou menos 50cm de comprimento, até o primeiro anzol na linha com o nó único (o último anzol terminal) e coloque dois canutilhos. Depois de atado o primeiro anzol, meça um palmo para atar o próximo anzol e passe o mesmo na linha pela frente até a medida demarcada.

Em seguida, enrole a linha em cima da própria linha na perna do anzol, dando de 7 a 10 voltas. Volte com a ponta da linha no “olho” do anzol e puxe. Feito isso, coloque mais dois canutilhos e repita a operação para o terceiro anzol. Para finalizar o chicote, ate o girador com um nó único.
Coloque chumbo na linha principal da carretilha ou do molinete, insira o vibra-stop e amarre a linha com um nó único no girador do chicote.

O chicote ou “chicotilho” (apelido carinhosamente colocado por nossa equipe) está pronto para o uso.

Assista o vídeo explicativo.

A curiosidade pegou o peixe

Antes mesmo do amanhecer e com a tralha devidamente preparada – e claro, com os “chicotilhos” montados em casa antes da pescaria – subimos no barco de apoio e rumamos a embarcação n° 4. Começamos cevando o local e, como a ração utilizada nessa pesca tem que afundar (ração de peixe ou coelho), descartamos o uso do cevador, por causa das águas de correntes lentas. Apenas soltamos a ração na parte traseira do barco para que afundasse próximo da área de atuação do “chicotilhos”.
Foto/Ilustração: Maicon Bianchi

Preparado o conjunto – vara carretilha, linha chumbada, stop atado ao chicotilho, e o local devidamente cevado – fizemos os arremeços a cerca de 20m de distância, esperamos a chumbada encostar no fundo do rio e deixamos a linha um pouco frouxa para visualizar a ação do peixe. Neste caso, a cor da linha é extremamente importante. Usei uma Trilon da Mazzaferro N1, com espessura de 0,35mm.

Por ser um peixe curioso, o curimbatá se aproxima do “chicotilho” atraído pelas lantejoulas e começa a “mamar”. É nesse momento que o pescador tem de estar atento ao leve toque do peixe no “chicotilho”. Quando a linha estica levemente, sumindo a “barrida” é a hora certa para a fisgada.

Logo nos primeiros lançamentos tivemos várias ações e captura de curimbatás de tamanhos avantajados. Em dois dias de pescarias, travamos dezenas de brigas com esses beiçudos de força invejável e, quem diria, sem isca natural alguma, apenas na artificial!

Confira os vídeos dessa emocionante pesca:
Pescaria em Pirassununga 1ª parte.
Pescaria em Pirassununga 2ª parte.

fonte: http://revistapescaecompanhia.uol.com.br

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Preservando os Meros do Brasil

Pense na conservação como um mergulho profundo, que não é possível fazer sozinho.

O mero foi descrito em 1822 pelo pesquisador naturalista alemão Martin Heinrich Carl Lichtenstein, que batizou o peixe com uma brilhante analogia: Epinephelus itajara. Literalmente, tupi para Senhor das Pedras (ita = pedra, jará = dono/ senhor).

Solitário e dócil, o mero apresenta vasta distribuição geográfica: no Atlântico, está nos EUA, Caribe, até Santa Catarina no sul do Brasil; já na costa africana, do Senegal ao Congo. Conhecidos pelo seu grande porte, podem chegar a ter 2,5 m, 450 kg e 40 anos de idade. São peixes carnívoros que comem crustáceos, peixes e até mesmo jovens tartarugas marinhas desatentas.

Os meros formam grandes cardumes na época reprodutiva, condicionados pelo ciclo lunar. Estas características biológicas, ao mesmo tempo que os tornam vulneráveis à captura, também proporcionam um espetáculo ímpar quando se mergulha entre eles. Cair na água e encontrar meros nos dias de hoje é tirar a sorte grande. Mergulhar com exemplares adultos então, é acertar na loteria!

Historicamente, meros têm sido capturados como troféus. Mergulhadores de todo nosso litoral herdaram histórias de caçadores destemidos que pescaram peixes gigantes, o que demandou esforços descomunais. Episódios dignos do romance de Hemingway, se não fossem reais.

Falam de tempos da (suposta) infinidade de recursos. Tais tempos acabaram cedo. Ao longo das últimas décadas, a população de meros foi reduzida drasticamente pela pesca. Considerado como espécie criticamente ameaçada pela União para Conservação da Natureza (IUCN), o mero corre o risco de sumir de vez.

Uma das iniciativas de destaque é o projeto de fotoidentificação, da Rede Meros do Brasil, o qual visa obter informações dos meros com o uso de técnicas de marcação/ recaptura com a geração de um banco de imagens sobre o comportamento, padrões de deslocamento e coloração. Através de programas de computador específicos, é possível gerar uma identidade única para cada mero, analisando o seu padrão de pintas laterais. A ideia é sensibilizar a sociedade de que o mero é mais valioso vivo do que morto.


Mero avistado por mergulhadores em Fernando de Noronha
Foto: Maitê Ortega



Talvez seja difícil descrever o fascínio, tranqüilidade e paz sentidos ao lado desses gigantes. Vê-los movimentando-se é fascinante! É quase uma dança: lenta, compassada, suave e repleta de beleza.

Enquanto estiver na companhia dos meros, ouça, observe, sinta, conheça. Aproxime-se calmamente. Tenha a mesma naturalidade e pacifismo que ele normalmente apresenta.

Se tiver o objetivo, a sorte ou a felicidade de algum dia encontrar com os meros, lembre-se: um mergulho com um mero jamais será um mero mergulho.

Saiba mais

Apesar da raridade em ambientes naturais, os meros parecem incrivelmente atraídos por estruturas artificiais, como naufrágios, píeres e recifes artificiais. No Brasil, um dos poucos locais onde já existe turismo voltado à observação desses gigantes acontece no Paraná. O “Parque dos Meros” é um dos importantes pontos de mergulho e constitui-se hoje Projeto Meros do Brasil.

fonte: http://canalazultv.ig.com.br

terça-feira, 17 de maio de 2011

ESTUDO DE DOIS ANOS IDENTIFICA 40 NOVAS ESPÉCIES DE PEIXES NO RIO MADEIRA

peixe mortos no madeira 
A Santo Antônio Energia concluiu em março dois anos de pesquisa sobre o inventário, a ecologia e biologia das espécies de Ictiofauna (peixes) e a pesca no rio Madeira. Os estudos fazem parte do Programa de Conservação da Ictiofauna, componente do Projeto Básico Ambiental seguido pela concessionária em contrapartida à instalação da usina hidrelétrica Santo Antônio. Realizado em parceria com o Laboratório de Ictiofauna e Pesca da Universidade de Rondônia (Unir), os pesquisadores identificaram até o momento a ocorrência de 777 espécies de peixes, algumas delas raras entre as coleções ictiológicas do mundo e, pelo menos, 40 espécies novas para a ciência.


“Estamos realizando um dos maiores levantamentos ictiológicos já vistos e seus resultados tornam o rio Madeira o mais rico em espécies de peixes da Amazônia e do mundo,” comenta Aloísio Otávio Ferreira, biólogo e coordenador de Sustentabilidade do Meio Biótico da concessionária.

A área amostral foi ampliada de 300 quilômetros, conforme estipulado no Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impactos Ambientais (Eia/Rima), para 1.700 quilômetros. “Houve um grande esforço conjunto com a Santo Antônio Energia no sentido de adequar a amostragem às necessidades de cada subprograma”, explica Dra. Carolina Dória, coordenadora do Laboratório de Iciofauna e Pesca da Unir. “Também intensificamos as amostragens para o inventário taxonômico e os estudos de ecologia e biologia, de 10 para 14 pontos, e seis pontos com acompanhamento restrito às fases de enchente e vazante, totalizando 20 pontos de amostragem”, exemplifica.

O Programa tem o objetivo de acompanhar as transformações das comunidades de peixes e da pesca no rio, decorrentes das atividades de implantação da usina Santo Antônio e tem duração de nove anos. Além disso, os resultados obtidos atendem às exigências de informações e pretendem orientar e gerar resultados para a adoção de estratégias que possam mitigar os possíveis impactos causados pelo empreendimento.

Todo o material coletado durante as expedições de pesquisa representam um riquíssimo patrimônio da região e será mantido na Coleção Ictiológica da Unir. Além disso, o Programa de Conservação da Ictiofauna permite a consolidação da formação acadêmica no Estado de Rondônia. Atualmente, o programa envolve 25 alunos dos cursos de Biologia, Ciências da Computação, Engenharia de Pesca e Engenharia Ambiental, três mestrandos, e já formou três mestres e um doutor.

fonte: http://www.painelpolitico.com



leia postagens sobre a usina hidrelétrica Santo Antônio.


segunda-feira, 16 de maio de 2011

Sistema de radiotelemetria ajuda a monitorar peixes no rio Madeira

dourada
A dourada, uma espécie de bagre da Amazônia, é o peixe que faz a maior migração de água doce do planeta para se reproduzir. Percorre distâncias superiores a 4.000 km, desde o estuário amazônico até a área pré-andina na Colômbia, Peru e Bolívia, onde costuma desovar. Há tempos pesquisadores vêm tentando estudar os hábitos desses animais que dominam as águas amazônicas, mas as técnicas utilizadas até então requeriam anos, muitas vezes décadas, para obter informações, que nem sempre eram precisas.
pirapitinga

Agora, biólogos do Programa de Conservação da Ictiofauna, desenvolvido pela Energia Sustentável do Brasil na área de influência da Usina Hidrelétrica Jirau, apostam na radiotelemetria para desvendar os mistérios dos grandes bagres da Amazônia. A técnica, inédita para essas espécies, consiste na implantação ou fixação de rádios transmissores no corpo dos peixes a serem estudados. No caso de Jirau, em 120 animais de cinco espécies-alvo: dourada, zebra, babão, tambaqui e pirapitinga.

A aplicação da técnica começou no último mês de março, com a instalação do sistema de rastreamento. As primeiras marcações, nome que se dá à implantação dos rádios transmissores nos animais, foram feitas no final de abril. Até agora 13 peixes foram marcados. “Nessa primeira fase o objetivo principal do estudo é verificar se a técnica funciona para monitorar os grandes bagres da Amazônia. Nós já aplicamos essa tecnologia desde 2001, em estudos nas bacias hidrográficas dos rios Uruguai e Paraná, no sul do País, e lá foi bem eficaz. Aqui acreditamos que também vai dar certo”, informa a bióloga Lisiane Hahn, da Neo Tropical Consultoria Ambiental, contratada para execução do estudo em Jirau, explicando que com base nas informações geradas por esse sistema, mais do que conhecimento sobre os animais, medidas de conservação dessas espécies e de mitigação dos impactos poderão ser aplicadas.
O sistema fixo de rastreamento possui sete estações: duas localizadas em Santo Antônio, duas na Cachoeira do Teotônio e três na Usina Jirau. As antenas aéreas são conectadas, via cabo, a receptores que armazenam dados, como dia, hora – com precisão de segundos, código e velocidade de cada peixe que passou próximo ao captador de frequência. “O rádio transmissor emite um sinal a cada dois segundos e meio, que será captado pelas antenas localizadas entre a Usina Jirau e as demais, ou também por monitoramento móvel, onde uma antena é fixada numa embarcação”, explica a bióloga.

Peixes capturados precisam ser devolvidos

Como os peixes marcados são soltos novamente no rio, para fornecerem os dados de sua migração, caso pescadores os capturem, os pesquisadores pedem que devolvam os animais à água. A marca eletrônica possui uma antena, que tem a aparência e consistência de um fio de nylon e fica localizada na cavidade abdominal do peixe, o que possibilita a identificação.


Segundo o diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Energia Sustentável do Brasil, Antonio Luiz Abreu Jorge, a marcação também está sendo divulgada nos terminais pesqueiros, para que os pescadores tomem ciência do estudo e saibam como comunicar a localização de um peixe marcado. Além disso, a marca traz três números de telefone, para os quais as pessoas poderão ligar para devolver o aparelho. “Para o estudo, mais importante que o aparelho transmissor é a informação que esse pescador vai nos trazer, da localização, horário, local e características desse indivíduo. Por isso, pedimos aos pescadores que capturarem tais peixes, que entrem em contato conosco para que tenhamos esses dados”, conclui o diretor.

fonte
Autor: Comunica Assessoria
Fonte: www.NAHORAONLINE.com

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Garoupa-gigante

A garoupa-gigante (Epinephelus lanceolatus) é um peixe de grande porte pertencentes à família Serranidae (67 géneros e cerca de 400 espécies) e à subfamília Epinephelinae (15 géneros em 159 espécies). Neste grupo, o género Epinephelus compreende 97 espécies em que a garoupa-gigante alcança mais de 500 kg de peso e 2 metros de comprimento, havendo no entanto relatos de conceituados mergulhadores profissionais que, durante as suas incursões ao mundo subaquático australiano, admitem que esta espécie pode atingir até 800 kg e cerca de 3 metros de comprimento nestes mares.

Estes peixes habitam preferencialmente em fundos rochosos entre os 3 e os 200 metros de profundidade, embora possam, ocasionalmente, ser encontrados até 300 metros. Todavia, os adultos são mais comuns entre os 10 e os 150 metros.

O que mais chama a atenção nestes gigantes, para além da sua robustez e imediata impressão de força, são os seus olhos. Extremamente expressivos, ao contrário da maioria dos peixes, provocam no observador humano uma dúbia sensação de ficar sem saber quem observa quem.

Como todos os membros da subfamília Epinephelinae, as garoupas-gigantes são hermafroditas protogínicos ou seja, vivem inicialmente como fêmeas e a partir de determinada altura e irreversivelmente, convertem-se em machos.

Uma das particularidades deste fenómeno é que, para que uma garoupa fêmea se transforme em macho, é necessário que exista uma pressão populacional de indivíduos de pequeno tamanho que possa induzir as fêmeas de maior porte para o início do processo de inversão sexual. Assim, se numa dada população de garoupas gigantes não existirem juvenis, as fêmeas podem nunca chegar a passar a machos o que, teoricamente, põe em causa a viabilidade dessa população.
Territorialidade

As garoupas-gigantes são peixes normalmente solitários que, no máximo, podem compartilhar as suas áreas residenciais com mais dois ou três indivíduos de tamanho equivalente.

No entanto, e ao contrário do que é comum dizer-se, as garoupas adultas raramente são agressivas umas em relação às outras, desde que entre elas não exista uma grande diferença de tamanho.

Apesar de habitarem áreas residenciais de certo modo fixas, possuem grande mobilidade e capacidade de se deslocarem por grandes distâncias.
Alimentação

Ao longo da sua longa vida, e como consequência das transformações em tamanho, as garoupas-gigantes modificam drasticamente a sua dieta. As post-larvas e os pequenos juvenis das poças de maré alimentam-se de uma grande variedade de pequenos invertebrados desdepoliquetas, pequenos moluscos e peixes, incluindo, os da sua própria espécie.

Os jovens adultos têm uma dieta essencialmente piscívora e parecem ter uma grande preferência por polvos, embora não desdenhem os crustáceos (como os cavacos Scylarides latus e 'Scylarus arctus) e os peixes (nomeadamente bodiões, fam. Labridae).

fonte: http://pt.wikipedia.org/

domingo, 8 de maio de 2011

Começa hoje maior competição de pesca esportiva em água doce

foto www.mtaqui.com.br
Será aberto oficialmente hoje à noite deste o 31º Festival Internacional de Pesca Esportiva de Cáceres (FIP), uma realização anual conhecida como a maior competição de pesca esportiva em água doce do mundo. São nove dias de programação e uma expectativa de público circulante de 150 mil pessoas.

Logo após a abertura, começam os shows nacionais, com a banda Paralamas do Sucesso. No decorrer da programação serão vários os espetáculos com Fagner, Bonde do Forró, Araketu, Guilherme e Santiago, André Valadão e Henrique Claudinho e Pescuma. Também se apresentam aristas regionais e gospel.

Competições esportivas, feiras de produtos náuticos, de artesanato, espaço gastronômico, parque de diversões fazem parte do espaço. O evento gera todos os anos milhares de empregos diretos e indiretos e fortalece a economia local, além de pôr em evidência o turismo ecológico e no Pantanal.

A primeira competição acontece amanhã, com a participação dos pescadores ribeirinhos. A pesca de canoa de madeira é uma das atrações do festiva, instituída em 2001 como forma de incluir o pescador que não possui embarcação motorizada. A competição resgata e mantém a tradição cacerense de pescar com canoa, usando a linhada de mão. Aberta a todos, a modalidade busca levar para o FIP o pescador tradicional. Este ano, um anseio dos competidores será atendido: os vencedores levam como prêmio uma embarcação de alumínio e um motor de popa.

INFANTO-JUVENIL - No próximo final de semana, serão duas competições. No dia 13 acontece a pesca de barranco para crianças e adolescentes. Dia 14 é grande competição das equipes embarcadas, nas categorias masculina e feminina. Dois carros zero Km são os prêmios para os vencedores.

Esta é a segunda vez que o evento acontece no começo do ano, mudança promovida para melhor proveito das águas no período, ao contrário do que ocorria em setembro, quando geralmente era realizado. Entre as inovações do 31º FIP está a instalação de 15 totens com textos bilíngues e imagens de 2,20 metros de peixes da fauna local como pacu, dourado, piraputanga, cachara, pintado e jau. As peças foram instaladas em vários pontos da cidade.

Os peixes são contornados por uma iluminação que produz uma imagem diferenciada no período noturno. A iluminação é outra inovação do evento deste ano. As árvores localizadas na praça Barão do Rio Branco, na orla da baia de Cáceres e na praia do Daveron, ganharam mais vida e maior brilho com a colocação de lâmpadas ecológicas.

Fonte: http://www.diariodecuiaba.com.br
CLARICE NAVARRO DIÓRIO
Da Sucursal

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Mito e realidade'

'Pesquisa feita pelo Inpa revela potencial econômico desse peixe de baixo valor comercial e algumas curiosidades sobre o mesmo



Considerado “o patinho feio” na preferência dos consumidores e pescadores, o Liposarcus pardalis, conhecido popularmente como acari-bodó, revelou-se um peixe com um grande potencial econômico e social. Isso foi o que demonstrou a tese de doutorado “Alterações pos-mortem e aproveitamento tecnológico do músculo de acari-bodó, Liposarcus pardalis (Castelnau, 1855)”, de Fábio Tonissi Moroni da Coordenação de Pesquisas em Tecnologia de Alimentos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (CPTA/Inpa), defendida recentemente. A pesquisa apresentou três inovações tecnológicas para o consumo do peixe: os filés congelados, a compostagem e o hidrolizado protéico (decomposição das moléculas do músculo por meio da ação de enzimas).

O pesquisador explicou que o acari-bodó é um peixe típico do Amazonas, pois ele não é encontrado em nenhum outro lugar do país. Faz parte da culinária cabocla por ter uma carne saborosa e costuma ser apreciado em forma de calderada, assado ou na forma de farinha de peixe, também conhecida como farinha de piracuí. Apesar de ser bastante conhecido pela população, ele é secundário na preferência dos pescadores, pois para mantê-lo vivo faz-se necessário aumentar os custos de produção, diminuindo sua lucratividade quando comparado às demais espécies de peixes amazônicos. Isso porque os pescadores precisam comercializá-lo dentro de embarcações parcialmente inundadas para mantê-los vivos (eles devem ser consumidos imediatamente após a morte, devido ao rápido processo de deterioração e ao odor insuportável que provocam). Esses seriam alguns dos problemas apontados por Moroni.

Mas, ele destacou que a idéia inicial do trabalho era saber quais as causas do mau odor do acari-bodó após a morte. As pesquisas indicavam que o músculo do peixe era o principal responsável, porém, no decorrer das investigações, foi constatado que as enzimas fabricadas pelo hepatopâncreas (órgão responsável pela liberação das enzimas do trato digestivo) na zona de transição entre o intestino e o estômago, onde se inicia a degeneração, são as vilãs do processo. Informação confirmada por meio de métodos sensoriais, físicos, químicos e microbiológicos para a avaliação da perda da qualidade. O pesquisador destacou que outros peixes também possuem o hepatopâncreas, porém eles não liberam as enzimas com a mesma intensidade, se considerado o mesmo período de tempo, após a morte.

Moroni ressaltou que nas feiras de Manaus o acari-bodó morre por inanição (falta de alimento) e asfixia (falta de oxigênio), enquanto definha em cima das bancas de alguns peixeiros, pois após ser pescado ele ainda consegue viver fora d''''''''água devido ao seu estômago, que, ao longo dos séculos, se especializou como um sistema respiratório acessório. Ele ressaltou que o correto é manter o peixe entre camadas de gelo, sem as vísceras. Dessa forma, ele chega a durar doze dias, enquanto que se comercializado na forma tradicional estraga em questões de horas. “O sistema de comercialização nas feiras é arcaico e deveria ser modificado, pois contribui para a baixa sobrevida do peixe e não promove a inclusão social dos ribeirinhos”, disse.

Para atrair ainda mais a atenção do cliente habituado a comprar somente o peixe vivo nos mercados, as tecnologias propostas seriam apenas o primeiro passo para promover o acesso aos benefícios do acari-bodó. Isso porque os filés congelados são de fácil aceitação pelo consumidor, por possuir uma aparência agradável, e se for conservado em temperatura adequada (20°C), o tempo de consumo aumenta para seis meses a um ano. Já o hidrolizado protéico é indicado para o consumo de pessoas que tiveram queimaduras de segundo e/ou terceiro graus pelo corpo e também por pacientes hospitalizados que precisam ser alimentados por sondas, já que a substância é rica em aminoácidos e peptídeos que ajudam na recuperação. Já a compostagem, o pesquisador explicou que ainda não pode falar sobre o assunto, pois está em processo de proteção do conhecimento.

O acari-bodó também pode ser utilizado para a fabricação de farinha de peixe, o piracuí. O produto pode ser comercializado em supermercados ou ser incluído na merenda escolar, com o intuito de aumentar a ingestão diária de proteínas pelas crianças. Na realidade, não se perde nada do acari-bodó, pois até a carcaças dele é aproveitada. Para isso, basta triturar os resíduos e misturá-los com as enzimas do hepatopâncreas para a produção de ração animal. “Há toda uma cadeia produtiva envolvida que pode ser aproveitada”, afirmou Moroni, acrescentando que o músculo tem um alto teor protéico e baixo teor de lípideos, ou seja, baixo nível de gordura, podendo ser consumido por pessoas que fazem dietas com baixa ingestão de calorias.
Segundo o pesquisador, um dos primeiros caminhos à serem tomados para solucionar as questões apontadas seria mudar a cultura popular de se comprar o peixe somente vivo e a forma como ele é comercializado pelos pescadores, “o que é o mais complicado”, ressaltou. Uma alternativa apontada seria o trabalho de conscientização nas feiras e mercados da cidade, aliada a cartilhas, palestras e folderes. “A intenção é mudar as atitudes das pessoas em relação ao peixe”, destacou.

A pesquisa foi desenvolvida com um trabalho em conjunto da CPTA e do Laboratório de Ecofisiologia e Evolução Molecular (LEEM/Inpa), além de ter sido financiado pelo pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), orçada em R$ 65 mil, e contou com a participação de mais de 30 pessoas, entre bolsistas, pesquisadores e técnicos de instituições como a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Universidade de São Paulo (USP) e o U.S Meat Animal Research Center, em Clay Center, Nebraska (EUA).

Histórias de pescador

Moroni disse que há o mito de que o acari-bodó alimenta-se de fezes. No entanto, segundo os testes de coliformes fecais realizados, essa crendice popular não foi confirmada. Durante os trabalhos, o pesquisador conta que fez diversas entrevistas. Em uma delas, um entrevistado explicou como esse boato transformou-se em “verdade”. “Havia dois pescadores, eles estavam com a canoa repleta de peixes. Um deles tinha pescado somente acari-bodó. Para boicotar o concorrente, o que tinha pescado outro tipo de peixe espalhou que o bodó alimentava-se de fezes e o boato ganhou a boca do povo”, explicou.

Ele disse que existem várias outras histórias referentes ao bodó. Entre elas, o pesquisador afirma que há pessoas que criam o peixe dentro do próprio banheiro. Na tradição indígena há relatos que contam que o bodó vira sapo após perder a calda. Para os mais religiosos, o peixe é considerado o sapato do diabo devido à sua aparência nada agradável. “Se alguém quiser ter uma animada conversar com um caboclo da região é só falar sobre o bodó. Ele é cheio de mitos, além de ser considerado um fator de identidade cultural do povo”, ressaltou Moroni.

Os relatos sobre o acari-bodó não ficam somente no campo da crendice popular. Ele afirma que durante a pesquisa encontrou trabalhos científicos que falavam sobre a comercialização do peixe até na Inglaterra. “Como isso é possível?”, questiona-se.



Fonte: http://www.inpa.gov.br


Curiosidade


O Balck Hawk é conhecido da região amazônica com Acaribodo ou Bodô, esta alcunha dada se deve a semelhança dos traços e perfil com um peixe da região.(mais  o peixe da foto e um abotoado ou Bacu nome popular na Amazônia.) 


Leia matéria no blog.




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