terça-feira, 14 de abril de 2009

Picadas de cobras aumentam na época de cheias dos rios na Amazônia

"Quando a enchente é boa, há muita várzea e, conseqüentemente, no ano seguinte, muito peixe.

Na época de enchente fica prejudicada a pesca.

O mais agravante da enchente são os acidentes conforme relato na matéria abaixo não esta incluido o jacaré que e responsável por muitos ataques.

o blog.


MANAUS - O perigo de acidentes com cobras na Amazônia aumenta toda vez que o nível dos rios sobe.

No ano passado, segundo a Secretaria de Saúde do Amazonas, mais de 1.700 pessoas sofreram acidentes com cobras. Geralmente, 75% dos casos de picadas ocorrem no período das cheias dos rios. A água invade as várzeas, as florestas alagáveis e os igapós. As serpentes que vivem nesses lugares acabam migrando para próximo das casas dos ribeirinhos.

Bairros da periferia de Manaus também enfrentam o problema. “A cidade acaba crescendo de uma forma desordenada e começam a aparecer ilhas verdes dentro dos centros urbanos. Na hora que essas serpentes percebem, elas estão ilhadas, não têm para onde fugir e acabam invadindo residências”, explica o veterinário Diogo Faria, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

No caso de picada de cobras venenosas, os médicos recomendam que o local não seja cortado e nem amarrado com garrote. “O que deve ser feito é limpar bem o local com água e sabão e elevar esse membro, deixá-lo um pouquinho mais alto para que facilite o retorno do sangue e evite o inchaço no local das pernas”, orienta o médico Ricardo Faria.

Agora, a Fundação de Medicina Tropical do Amazonas realiza testes em ratos para saber se o soro antiofídico produzido em quatro laboratórios do país é eficaz também contra uma espécie de jararaca típica da Amazônia, conhecida como surucucurana, responsável por 95% dos acidentes com cobras na região.

fonte:http://portalamazonia.globo.com


Fundação de Medicina Tropical de Manaus
Centro de informações Toxicológicas de Santa Catarina
conheça mas a surucucurana



A flora bucal dos jacarés da Amazônia
Cientistas identificam bactérias e apontam tratamento de emergência para mordidas

Estima-se que existam na Amazônia cerca de 25 milhões de jacarés adultos. Esses répteis foram responsáveis por 71 acidentes com humanos registrados junto ao Ibama entre janeiro de 1990 e setembro de 2001. Embora o número seja pequeno diante do tamanho da população, as mordidas de jacaré constituem um problema para os pescadores da região -- a maior bacia hidrográfica do planeta. As vítimas podem demorar mais de um dia para chegar a centros equipados para tratar dos ferimentos. Em alguns casos as lesões infeccionam e os feridos chegam a perder o membro atingido. O problema aumenta no início do ano, época das cheias.

Coleta de saliva de jacaré para identificação da flora bucal


Além do enorme estrago -- um jacaré chega a medir 4 metros e pesar 270 quilos --, as mordidas podem transmitir inúmeras espécies de bactérias que vivem na boca do réptil e provocar uma série de doenças. Identificar esses microrganismos e encontrar um tratamento de emergência para as feridas foi o objetivo de um estudo realizado no Centro de Pesquisas Leônidas e Maria Deane, unidade da Fundação Oswaldo Cruz em Manaus.

Os pesquisadores identificaram os patógenos encontrados na flora bucal das quatro espécies de jacarés que mais atacam os pescadores: tinga, açu, pagua e coroa. Foram encontrados sete tipos de bactérias. Algumas bastante comuns, como a Pseudomonas cloacae, a Escherichia coli e a Enterobacter cloacae, encontradas também no solo, na água ou em alimentos orgânicos em decomposição. Elas podem provocar gastrenterite, infecções intestinais e de pele, além de lesões cutâneas -- inclusive gangrena.

Lesão provocada por mordida de jacaré na Amazônia

O ortopedista Fernando Abreu de Sá, do Hospital Universitário Getúlio Vargas, ligado à Universidade do Amazonas, coletou da boca dos animais treze amostras de saliva. Capturar um jacaré exige um esforço extremo: são necessários cerca de cinco homens na operação, que pode demorar mais de uma hora. As amostras foram coletadas na Reserva de Mamirauá [1], no município de Tefé (AM), região onde são comuns relatos de mordidas.

Uma equipe coordenada pelas pesquisadoras Luciete Almeida Silva e Ana Carolina Paulo Vicente analisou necropsias realizadas em feridas de pescadores e descobriu que uma das bactérias presentes nas lesões também era encontrada na flora bucal dos jacarés: a Enterobacter cloacae.

A partir daí, os cientistas tentaram encontrar um antibiótico que combatesse a maioria das bactérias. Foi realizado um teste de identificação e sensibilidade antimicrobiana, para conferir a resistência dos microrganismos encontrados a vários antibióticos analisados. Um medicamento mostrou-se capaz de combater todos os patógenos: a neomicina, pomada antibactericida que inibe a síntese de uma proteína das microrganismos.

A neomicina poderá melhorar a vida dos pescadores de Mamirauá e da Amazônia, ao amenizar a proliferação das bactérias no longo caminho até o hospital. A aplicação do medicamento é simples e pode ser feita pelo próprio ferido logo após a primeira lavagem. Além disso, a pomada tem preço acessível e é facilmente encontrada.

Denis Weisz Kuck

fonte
Ciência Hoje On-line

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