quarta-feira, 15 de junho de 2011

Ovas de tainha chegam a custar R$ 500 o quilo

Empresa de Itajaí produz artesanalmente a bottarga, iguaria bastante apreciada na Itália, Espanha e TaiwanA época de captura da tainha faz crescer não só o consumo do peixe, mas também da ova, considerada uma iguaria usada na gastronomia sofisticada. Desidratada, ela ganha o nome de bottarga e passa a ser o caviar brasileiro. Não só no gosto, mas também no preço: um pacote com 100 gramas custa, em média, R$ 50.

Em Itajaí, uma empresa familiar com mais de 50 anos de experiência no ramo da pesca, resolveu apostar na fabricação.

O que antes era apenas a exportação de ova congelada para países como Itália, Espanha e Taiwan, agora ganha incremento com a produção de bottarga, ainda pouca conhecida no Brasil, mas muito apreciada em várias culturas orientais.

Em pouco mais de um ano, a Caviar Brasil produziu uma tonelada de ova processada. O trabalho é considerado artesanal e tudo passa, sem exceção, pelas mãos de Sérgio Arins, gerente de produção da empresa.

Ele recebe a ova, transforma em bottarga e a embala para a venda final utilizando uma técnica que aprendeu na Europa.
– A convite de um italiano, passei um tempo na Itália e aprendi o processo de desidratação das ovas. Lá, o consumo é bem maior – diz ele, que há 16 anos atua no ramo da pesca.

A bottarga feita por Sérgio, por enquanto, é vendida no mercado interno. Pode ser encontrada em supermercados e empórios pelo Brasil afora. Os maiores consumidores, além de Santa Catarina, são Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal.

A empresa de Itajaí planeja expandir o negócio mas, para isso, o caviar brasileiro precisa ganhar mais espaço. O produto feito em Itajaí é 100% catarinense. A ova usada é comprada de empresas de pesca da cidade.

– Os consumidores de bottarga fora do Brasil estão nos países que já têm na cultura o processo de desidratação. No mercado externo, geralmente, são empresas familiares que fabricam o produto – afirma o diretor comercial, Bernardo Fuck.

São empresas como a da família Kuo. Pai, mãe e filha viajaram de Taiwan, na semana passada, para conhecer e negociar a compra de ova de tainha com a empresa itajaiense. Foi a primeira vez que estiveram no Brasil.

Chef dá dicas para o uso


No país onde moram, a ova é tradição. No Ano Novo é consumida com o significado de fortuna e, por isso, não pode faltar. Chef especialista em cozinha japonesa, Leco Mendes não dispensa a bottarga.

No sushi, por exemplo, Mendes usa a ova desidratada dar dar um toque especial. Mas, segundo o chef, a iguaria pode ser muito bem usada em pratos quentes, para incrementar receitas de macarrão ou risoto.

– As pessoas têm a ideia de que a bottarga tem um gosto muito forte, mas esse processo de cura da ova diminui muito este sabor. O retro-gosto é muito suave – explica o especialista.

Para saborear bem a bottarga, Mendes aconselha apenas cortá-las em fatias bem finas e acrescentar azeita de oliva por cima.

fonte: http://www.clicrbs.com.br

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