segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O MEXILHÃO DOURADO CAUSARÁ DANOS ECOLÓGICOS NA BACIA DO MIRANDA


Mexilhões dourados encrustrados em um motor. .itaipu.gov.br
O Miranda é um rio de alta diversidade de moluscos nativos (14 espécies). O mexilhão dourado pode incrustar sobre as conchas das espécies nativas, impedindo seu fechamento e causando a morte destas espécies. A eliminação de espécies nativas e mudança na estrutura das comunidades por ocupação dos seus habitats naturais também é registrado na literatura. Mudanças na qualidade da água também podem ser atribuídas aos mexilhões quando em grandes quantidades. Várias espécies de peixes do Pantanal estão se alimentando freqüentemente dos mexilhões. Os efeitos ainda não são conhecidos, mas espécies invasoras podem trazer novas doenças transmitidas por vírus e bactérias. Os impactos no meio ambiente são percebidos mais a longo prazo, diferente dos econômicos, que tendem a aparecer logo que a espécie se instala no ambiente. 

Quem serão os setores produtivos mais prejudicados no MS?

Não se tem registro da presença de mexilhão dourado na piscicultura em Mato Grosso do Sul, mas provavelmente este será o setor produtivo mais afetado caso haja introdução do mexilhão dourado. Além do prejuízo para o próprio investimento, devido ao entupimento de tubulações e bombas, a venda de alevinos para outros Estados será dificultada, pois muitos compradores utilizam os alevinos em reservatórios de geração de energia, e esta pode ser uma porta de dispersão do mexilhão dourado para outros rios brasileiros.

Outros setores como as Cias de saneamento, indústrias que utilizam água bruta para sua produção, irrigação através de pivôs e demais setores que utilizam água diretamente dos rios para suas atividades podem ser afetados.

Como prevenir a invasão?

A pesca esportiva representa até 80% da pesca no Mato Grosso do Sul, sendo o rio Miranda o segundo local em quantidade de pescado capturado e em número de pescadores, só perdendo para o rio Paraguai. Aproximadamente 35% e 33% dos pescadores profissionais e esportivos da BAP, respectivamente, estão registrados na bacia do rio Miranda. A partir destas estatísticas o deslocamento feito pelos pescadores é uma importante forma de introduzir o mexilhão dourado em ambientes onde ainda não ocorre.

Os mexilhões adultos são disseminados incrustados nos cascos das embarcações e na vegetação. As larvas podem estar na água que fica dentro do barco, nos equipamentos de pesca e na vegetação, que pode ficar presa nos reboques. Alguns cuidados podem ser tomados para evitar nova introdução:

1. para a navegação no rio Paraguai e entre este e seus tributários, sugere-se o uso de tintas anti-incrustantes nos cascos das embarcações;

1. para barcos e motores transportados via terrestre deve-se verificar a presença de incrustação na parte externa de barcos e motores e retirar restos de água e plantas provenientes de áreas onde tenha o mexilhão dourado;

2. não devolver ao ambiente aquático os mexilhões retirados durante processo de limpeza;

3. não transferir material oriundo de pesca no rio Paraguai, ou em outro lugar onde ocorre o mexilhão dourado, para tanques de piscicultura a fim de não contaminar os cultivos;

4. implantar um programa para evitar a dispersão do mexilhão dourado no Mato Grosso do Sul contendo: formas eficientes de divulgação, treinamento e vistoria de embarcações em locais estratégicos, estudo e regulamentação do uso de tintas nas embarcações.

fonte: www.agronline.com.br

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