terça-feira, 19 de junho de 2018

Pesquisadores descobrem nova espécie de peixe no rio São Francisco

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A nova espécie de cascudinho,
 chamada de Hisonotus devidei, foi descoberta na
 bacia do rio São Francisco por pesquisadores da Unesp
(foto: Journal of Fish Biology/Reprodução)

O cascudinho foi chamado de Hisonotus devidei


Os pesquisadores Fábio Roxo, Gabriel Silva e Bruno Melo, do Instituto de Biociências de Botucatu (SP), da Universidade do Estado de São Paulo (Unesp), foram responsáveis por um estudo publicado no periódico científico Journal of Fish Biology, do Reino Unido, sobre uma nova espécie de peixe descoberta na bacia do rio São Francisco.
O trabalho é fruto de uma expedição realizada em julho de 2017 em vários afluentes da bacia do rio São Francisco. O novo exemplar é popularmente conhecido como "cascudinho" ou "cascudo limpa-vidro" – por se fixar nos vidros dos aquários usando a boca (em forma de ventosa) e se alimentar de algas desenvolvidas neste tipo de ambiente.

De acordo com a pesquisa da Unesp, existem 36 espécies desse gênero distribuídas por várias bacias hidrográficas da América do Sul, principalmente nos rios do sudeste do Brasil, como o Paraná e os da costa, que drenam diretamente para o oceano Atlântico. Já a nova espécie foi intitulada Hisonotus devidei e é a nona a ser catalogada no São Francisco, o que contribui para que os cientistas tenham a real dimensão da diversidade da fauna de peixes neste rio, que está ameaçada devida às ações nocivas do ser humano.

"A agricultura costuma captar águas do próprio rio e também dos lençóis freáticos para irrigação constante, causando drástica diminuição no nível de água e destruição das matas ciliares. As cidades ainda jogam uma grande quantidade de esgoto nas águas do São Francisco, levando também à destruição dos habitats. Outro fator importante na região que é o período de seca anual assola ainda mais os ambientes aquáticos", comenta Fábio Roxo, em entrevista ao portal da Unesp.

Com o Hisonotus devidei, os pesquisadores paulista celebram a marca de 51 nova espécie descobertas por eles, além de três novos gêneros, ao longo de cerca de 10 anos de pesquisas no Instituto de Biociências de Botucatu.

O novo peixe se diferencia por ter manchas escuras bem visíveis, de formatos variados, dispersadas ao longo da superfície dorso-lateral do corpo e nas nadadeiras, pela altura relativa do corpo e diâmetro relativo da órbita.

Uma curiosidade da pesquisa é que o nome da nova espécie (Hisonotus devidei) foi escolhido para homenagear o técnico acadêmico Renato Devidé, da Unesp, que há mais de 30 anos tem contribuído com os estudos sobre peixes neotropicais.

"Eu fiquei muito lisonjeado, emocionado e agradecido por esta homenagem. Essa rapaziada toda do Laboratório de Peixes é muito gente boa e estamos em um ambiente muito bom aqui, graças a Deus", agradece Devidé, que completará 55 anos no dia 14 de julho.

(com Unesp Agência de Notícias)

fonte:https://www.revistaencontro.com.br

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