sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Efeitos ambientais da pesca esportiva

Um pescador isolado que capture algumas percas ou bremas para alimentar a família não causa abalo grave no ecossistema aquático. Mas se multiplicarmos esse efeito pelos 40 milhões de pescadores de vara e carretilha (em inglês) só nos Estados Unidos, podemos ter agravamento significativo dos efeitos dessas capturas casuais. No entanto, a natureza e o ritmo da pesca esportiva permitem que os pescadores recreativos compensem melhor os efeitos potencialmente destrutivos de sua atividade.


Tomemos como exemplo as capturas excedentes. Um pescador sozinho captura apenas um peixe por vez. Dado esse ritmo lento, eles podem praticar técnicas de captura e restituição (em inglês) que resultam em índices relativamente baixos de mortalidade para os peixes descartados. Até mesmo os torneios de pesca esportiva marinha tendem em sua maioria a adotar métodos de captura e restituição [fonte: NOAA - em inglês]. De acordo com a Administração Nacional da Atmosfera e Oceano (NOAA) dos Estados Unidos, os pescadores libertaram 58% dos peixes que capturaram em 2007. O volume de peixes liberados varia de acordo com o tipo. Entre os peixes-gato, o índice de libertação foi de 2004, em 2007; já para o robalo listrado a restituição foi de apenas 21% [fonte: NOAA - em inglês].

Pesca esportiva
© iStockphoto.com /Michael Braun Photography

Libertar os peixes capturados na pesca esportiva não resulta em tanto desperdício quanto se poderia imaginar. Se um peixe for restituído à sua profundidade original em 10 minutos, as chances de sobrevivência dele aumentam [fonte: Sea Grant California - em inglês]. Um método controverso de fazê-lo envolve desinflar sua bexiga com um objeto agudo, como uma seringa hipodérmica. A bexiga de flutuação do peixe é o que permite que flutue e nade. Quando certas espécies de peixes são capturadas rapidamente, a pressão do ar causa inflação exagerada das bexigas. A menos que o pescador as perfure, o peixe pode retornar à superfície do mar e morrer, depois da restituição.


Efeitos econômicos da pesca esportiva
O grande número de pescadores oferece vantagens econômicas a empresas privadas, bem como a agências estaduais e federais de serviços de proteção à fauna que auferem receita com as licenças de pesca. Eis algumas estatísticas importantes quanto ao impacto econômico da pesca esportiva nos Estados Unidos:

• Número de pescadores esportivos reportados nos Estados Unidos: 40 milhões

• Vendas anuais de produtos relacionados à pesca esportiva no varejo: US$ 45 bilhões

• Receita anual com emissão de licenças de pesca: US$ 600 milhões

• Despesas anuais de pesca por pescador, nos Estados Unidos: US$ 1.514

• Maior Estado para a pesca com vara e carretilha nos Estados Unidos: Flórida

[fonte: American Sportfishing Association]

A seleção de equipamento de pesca também pode reduzir a destruição involuntária de espécies. Um estudo conduzido pela Ecological Society of America determinou que combinações de ganchos e linhas causam menos capturas acidentais, e com isso menor impacto ambiental. Ganchos circulares em forma de “Js” metálicos são preferidos pelos pescadores e conservacionistas igualmente. Além de prender um peixe de forma mais firme, em geral se prendem à mandíbula, o que resulta em menor mortalidade [fonte: Quinn].

É claro que a pesca esportiva tem seus problemas ambientais. O lixo descartado pelos pescadores, bem como vazamentos de gasolina e óleo de seus barcos, podem poluir vias aquáticas. Práticas negligentes de ancoragem podem prejudicar as linhas costeiras e resultar em destruição de habitats. Os pescadores dos Estados Unidos também compram 3.975 toneladas de pesos de chumbo para iscas a cada ano [fonte: U.S. Geological Survey]. O chumbo pode prejudicar a fauna, no mar e fora dele.
Mas, em comparação com as operações comerciais de pesca, os pescadores individuais têm mais controle para atenuar o impacto ambiental negativo de suas atividades. Da mesma forma que pessoas podem reduzir suas emissões de carbono sem alterar drasticamente a maneira pela qual vivem, os pescadores recreativos podem continuar a desfrutar de seu esporte enquanto protegem o ecossistema marinho



fonte: http://www.hsw.uol.com.br

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