quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A pesca esportiva faz mal ao meio ambiente?

Um estudo alarmante publicado pela revista Science em 2006 prevê um destino desanimador para os restaurantes de frutos do mar, barracas de peixe e fritas e adeptos dos sanduíches de pasta de atum em todo o mundo. A revista reportou que 29% das reservas pesqueiras (em inglês) mundiais estavam em estado de colapso, o que significa que seus rendimentos são de menos de 10% da produção original [fonte: Black - em inglês]. Sem maiores esforços coordenados para combater a exploração excessiva, a poluição e a perda de habitats marinhos, os pesquisadores responsáveis pelo estudo previram que os mares do planeta podem ver a extinção dos frutos do mar já em 2050 [fonte: Black - em inglês].

Pesca esportiva
© iStockphoto.com /Michael Braun Photography

O estudo também refletia a demanda dos consumidores por peixes e frutos do mar. O consumo mundial de peixe quase dobrou entre 1976 e 1990, e deve continuar a crescer [fonte: Tibbetts]. Mas, nos últimos anos, os conservacionistas lançaram alertas sobre os impactos ambientais da indústria da pesca comercial. Quase 20% do total de capturas dos operadores de pesca comercial são os chamados produtos excedentes, ou seja, animais marinhos (como tartarugas) que são apanhados de maneira não intencional e não são vendidos [fonte: Eilperin - em inglês]. Um estudo constatou que os pescadores de camarões do Golfo do México jogaram fora 450 milhões de quilos de produtos excedentes em 2002 [fonte: Eilperin - em inglês]. O índice de mortalidade entre esses produtos excedentes é elevado e pode contribuir para a perda de espécies marinhas. A população de bacalhaus nos Grand Banks, ao largo da Terra Nova, foi quase extinta, em larga medida devido à captura de produtos excedentes.
A pesca amadora no Brasil
O Ibama é um órgão pertencente ao Ministério do Meio Ambiente que entre suas diversas funções regulamenta  a prática da pesca de linha e subaquática no Brasil.

Para praticar a pesca amadora de terra-firme, o interessado precisa pagar ao Ibama uma licença de pesca anual, categoria "A". Já para praticar a pesca embarcada ou a pesca subaquática amadora, o interessado precisa paga uma licença de pesca anual, categoria "B".

O Ibama também regula os locais e épocas em que os interessados podem pescar, assim como o tamanho mínimo dos peixes. Por exemplo, é proibido pescar na época do fenômeno conhecido como piracema (migração de peixes para a desova). É também proibido pescar a menos de 200 m de cachoeiras e corredeiras, bem como em áreas de confluência dos rios com seus afluentes nos seguintes estados: RS, SC, PR, SP, RJ, ES, MG, MT, MS.

O órgão ainda determina o tamanho mínimo  do peixe bem como a quantidade que o pescador amador pode capturar – no máximo 30 kg de uma mesma espécie por pescaria (exceto em competições oficiais e autorizadas pela Confederação Brasileira de Pesca e Desporto Subaquático).

Já o tamanho mínimo é definido pela medida entre a ponta do focinho e o final da nadadeira caudal do peixe. Se por acaso o pescador de linha ou subaquático amador capturar por acidente um peixe com tamanho inferior ao permitido deve devolvê-lo à água. A lei ainda permite a captura de, no máximo 10% de espécies com tamanho inferior ao estabelecido sobre o total capturado.

Clique aqui e veja as medidas oficiais do Ibama para peixes deágua doce e salgada

O governo federal e os estaduais dos Estados Unidos intervieram para proteger e reanimar os ecossistemas aquáticos decadentes. No Canadá, a Northwest Atlantic Fisheries Organization reduziu as cotas de captura nas áreas mais habitadas pelos bacalhaus para combater a redução dos números da espécie. Também adotou outros padrões que visam a reduzir em 40% as capturas excedentes [fonte: Reuters]. Em 2006, a Comissão de Caça e Pesca da Califórnia designou uma área de 517 quilômetros quadrados ao largo da costa estadual como restrita ou proibida para as atividades de pesca comercial e recreativa.

O setor de pesca tomou providências próprias para reduzir seu impacto ambiental. Tecnologias avançadas, tais como sistemas GPS e ecobatímetros permitiram que os barcos visem de maneira mais precisa aos locais das espécies, reduzindo as capturas excedentes. Algumas operações pesqueiras também estão reduzindo seu uso de redes longas com ganchos múltiplos ao longo de sua extensão. Esse tipo de rede se estende por áreas consideráveis e tem mais chance de capturar tartarugas marinhas, tubarões e outros animais indesejados.

Mas e quanto aos pescadores que pescam apenas alguns peixes, por amor ao esporte? Ou aos pescadores de subsistência, que dependem daquilo que capturam para satisfazer suas necessidades nutritivas? Será que a pesca não comercial deveria arcar também com uma parcela de culpa pelo estado precário dos oceanos e vias aquáticas mundiais?

fonte: http://ambiente.hsw.uol.com.br

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